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Saúde humana em apuros – proteção do meio ambiente

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Saúde humana ficará em apuros se ações urgentes não forem tomadas para proteger meio ambiente

A avaliação mais abrangente e rigorosa sobre o estado do meio ambiente, desenvolvida pela ONU Meio Ambiente durante os últimos cinco anos, foi publicada hoje (13). E, consequentemente, com um alerta. Com efeito, os danos ao planeta são tão desastrosos que a saúde humana será cada vez mais ameaçada. Exceto, se ações urgentes não forem tomadas. O relatório, produzido por 250 cientistas de mais de 70 países, afirma necessidade de ampliarmos a proteção ambiental. Visto que, regiões na Ásia, Oriente Médio e África poderão testemunhar milhões de mortes prematuras até a metade do século. A publicação também alerta que os poluentes em nossos sistemas de água potável farão com que a resistência antimicrobiana se torne a maior causa de mortes até 2050. Além de que disruptores endócrinos afetem a fertilidade masculina e feminina, bem como o desenvolvimento neurológico infantil.

 

Direção de um novo caminho

Mas, o estudo também destaca que o mundo tem a ciência, a tecnologia e os recursos financeiros de que precisa para seguir na direção de um caminho de desenvolvimento mais sustentável. Embora ainda falte apoio suficiente do público, das empresas e de líderes políticos. Com efeito, que se agarram a modelos ultrapassados de produção e desenvolvimento. O sexto Panorama Ambiental Global foi lançado enquanto ministros do Meio Ambiente de todo o mundo participam do fórum ambiental de mais alto nível do planeta, em Nairóbi. Na pauta das negociações da Quarta Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, estão questões críticas. Questões como o fim do desperdício de alimentos, a difusão de carros elétricos e o combate à poluição plástica nos oceanos. De acordo com Joyce Msuya, diretora-executiva interina da ONU Meio Ambiente.

“A ciência é clara. A saúde humana e sua prosperidade estão diretamente ligadas ao estado do nosso meio ambiente. Esse relatório é um panorama para a humanidade. Estamos numa encruzilhada. Vamos continuar no nosso caminho atual, que levará a um futuro sombrio para a saúde humana? Ou vamos dar uma guinada para um caminho de desenvolvimento mais sustentável? Essa é a escolha que nossos líderes políticos têm que fazer, agora.”

Opções de políticas inovadoras

A projeção futura de um planeta saudável com pessoas saudáveis baseia-se em um novo modo de pensar. Por certo, substituição do modelo “cresça agora, limpe a bagunça depois”  por uma economia de “lixo-quase-zero” até 2050. De acordo com o Panorama, investimentos verdes de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países trariam um crescimento no longo prazo tão alto quanto o previsto atualmente. Porém com menos impactos das mudanças climáticas, escassez de água e perda de ecossistemas.  

 

Atualmente, o mundo não está no caminho para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030 ou mesmo até 2050. Ações urgentes são necessárias agora. Visto que qualquer atraso nas ações climáticas aumenta o custo de alcançar as metas do Acordo de Paris. E, desse modo,  pode reverter o nosso progresso, além de, em algum momento, tornar essas metas impossíveis.

Ações aconselhadas

O relatório aconselha a adoção de dietas com menor consumo intensivo de carne e redução do desperdício de alimentos, tanto em países desenvolvidos quanto em países em desenvolvimento. Isso reduziria em 50% a necessidade de aumentar a produção de comida para alimentar a população estimada de 9 a 10 bilhões de pessoas no planeta em 2050. Atualmente, em nível global, 33% dos alimentos comestíveis são desperdiçados. Acrescente-se que 56% do desperdício acontece em países industrializados, afirma o relatório. Embora a urbanização esteja acontecendo globalmente num nível sem precedentes, o sexto Panorama Ambiental Global aponta que o fenômeno pode apresentar uma oportunidade para aumentar o bem-estar dos cidadãos. E, ao mesmo tempo em que diminui a pegada ambiental deles por meio de uma governança aprimorada. Acrescente-se também, planejamento do uso da terra e infraestrutura verde. Além disso, o investimento estratégico em áreas rurais reduziria a pressão para que as pessoas migrem para as cidades.

 

O relatório pede ação para conter o fluxo de 8 milhões de toneladas de poluição plástica. De fato, poluicão que vai parar nos oceanos a cada ano. Embora o problema tenha recebido mais atenção nos últimos anos, ainda não há um acordo global para enfrentar o lixo marinho.

Preservação da saúde humana e do meio ambiente

Os cientistas observam avanços na coleta de estatísticas ambientais, particularmente de dados geoespaciais, e destacam que há um enorme potencial para avançar no conhecimento usando o big data e colaborações mais fortes em coleta de dados entre parceiros públicos e privados.  

  Ao invés de lidar com questões individuais, como a poluição da água, políticas que lidam com os sistemas na sua integridade, tais como energia, alimentação e resíduos, podem ser muito mais efetivas. Por exemplo, um clima estável e um ar limpo estão interligados. As ações de mitigação climática para alcançar as metas do Acordo de Paris. De fato, custariam cerca de 22 trilhões de dólares. Entretanto, os benefícios de reduzir a poluição do ar poderiam equivaler a 54 trilhões de dólares.

“O relatório mostra que já existem políticas e tecnologias para traçar novos caminhos de desenvolvimento que evitarão esses riscos. E, consequentemente,  levar saúde e prosperidade para todas as pessoas”. Assim, afirmaram Joyeeta Gupta e Paul Ekins, que copresidiram o processo do GEO-6.

“O que falta atualmente é a vontade política de implementar políticas e tecnologias a uma velocidade e escala suficientes. A quarta Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que está em curso nesta semana em Nairóbi, precisa ser o momento no qual os formuladores de políticas enfrentam os desafios e aproveitam as oportunidades de um futuro muito mais brilhante para a humanidade, preservando a saúde humana e o meio ambiente”, complementam.

 

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