Indígena brasileira é advogada, deputada federal e vencedora prêmio da ONU
Indígena vence prêmio de direitos humanos das Nações Unidas
Em primeiro lugar, ela é a primeira mulher indígena a se tornar advogada no país e, este ano, foi eleita deputada federal. Ademais, ela foi vencedora do Prêmio das Nações Unidas de Direitos Humanos. De fato, no dia 25/10, Joênia Batista de Carvalho, conhecida por Joênia Wapichana, foi anunciada uma das vencedores do prêmio 2018. Assim sendo, o anúncio do prêmio foi feito pela presidente da Assembleia Geral da ONU, Maria Fernanda Espinosa.
Indígena, advogada, deputada e premiada
Joênia Wapichama é litigante em defesa dos direitos indígenas, estudou na Universidade Federal de Roraima e na University of Arizona, nos EUA. E, se dedica à defesa das causas dos povos indígenas — entre elas, a demarcação da reserva indígena “Raposa Serra do Sol“. Atuante na defesa dos Direitos Humanos, recebeu prêmios e condecorações e até hoje ajuda a formar lideranças indígenas em sua região.
A ativista é da comunidade Wapichana, do leste de Roraima. Após defender um caso de disputa de terras na Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), Joênia também se tornou a primeira advogada indígena a comparecer perante o Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2013, foi nomeada primeira presidente da Comissão Nacional de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas.
“Quando eu levo a palavra como primeira mulher indígena formada no Brasil, é justamente para dar um incentivo, para que essa minha imagem possa ser reproduzida, multiplicada dentro dos povos indígenas”, declarou.
Sobretudo, Joênia acredita que o prêmio dará mais visibilidade aos povos indígenas. Além disso, acredita que o mundo reconhecerá os direitos e valores do seu povo.
“São cidadãos, pessoas que querem fazer parte da tomada de decisões de muitos processos que estão sendo discutidos dentro dos países. São defensores de direitos, de conhecimentos, de vários saberes. A gente vai fazer também com que as crianças possam viver este exemplo. E eu entendo que este reconhecimento vai servir também para nos proteger”, declarou
“Este prêmio da ONU, eu vou dedicar a todas as mulheres indígenas.”
Prêmio de Direitos Humanos das Nações Unidas
Criado pela Assembleia Geral da ONU em 1966, o prêmio está em sua décima edição, que coincide com o aniversário dos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.
O Prêmio de Direitos Humanos das Nações Unidas é concedido a pessoas e organizações pelas suas conquistas em direitos humanos. Com efeito, é uma mensagem aos defensores dos direitos humanos em todo o mundo. Em suma, é um agradecimento e apoio da comunidade internacional pelos esforços para promoção dos direitos humanos para todos.
Os vencedores são escolhidos por um comitê especial formado pelos seguintes presidentes, a saber:
- da Assembleia Geral,
- do Conselho Econômico e Social da ONU,
- do Conselho de Direitos Humanos,
- entre outros.
Entre os vencedores de anos anteriores estão nomes como os de Martin Luther King, Nelson Mandela, Malala Yusafzai. Acresce-se ainda, as organizações Anistia Internacional e Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Então, para o prêmio deste ano, foram recebidas mais de 300 candidaturas de diversas áreas. A saber: Estados-membros, organizações da ONU e da sociedade civil.
Enfim, a entrega do prêmio acontecerá em dezembro, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque. Acima de tudo, a cerimônia fará parte das comemorações do Dia dos Direitos Humanos.
Veja também:
====> Prêmio Norman Borlaug 2018 à Dra. Leila Macedo
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