Fernando Haddad aceita apoio de Ciro para o segundo turno das eleicões 2018.
Haddad diz estar aberto a incorporar propostas de Ciro.
O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, disse no dia(9), na capital paulista, que está aberto a incorporar propostas de Ciro Gomes (PDT), terceiro lugar no 1º Turno, em seu programa de governo. De fato, ele falou sobre o assunto após participar de reunião com governadores da Região Nordeste em um hotel na zona sul paulistana em que discutiu estratégias e propostas para a campanha.
Acrescente-se que, entre os governadores eleitos ou reeleitos, estavam presentes:
- Wellington Dias, governador do Piauí;
- Camilo Santana, governador do Ceará;
- Rui Costa, governador da Bahia;
- Flávio Dino, governador do Maranhão
- Gleisi Hoffmann, presidenta do PT, e
- Jaques Wagner, senador eleito pelo PT na Bahia, e que passou a integrar a coordenação da campanha.
De acordo com Fernando Haddad, o PT irá se reunir com governadores do PSB, partido que já oficializou apoio ao petista.
De acordo com Fernando Haddad, programas dos dois partidos (PT e PDT) estão muito afinados
“Eu conversei com o Roberto Mangabeira Unger (representante de Ciro Gomes) e disse a ele que estaria aberto a incorporar propostas que fossem compatíveis com os princípios (do PT). E não há incompatibilidade entre os programas”, disse o candidato.
Haddad destacou ainda que as diretrizes dos programas são similares, entre elas: soberania nacional, soberania popular, direitos trabalhistas e direitos sociais. Então, acrescentou:
“Enfim, os dois programas estão muito afinados”
Estratégias e propostas para a campanha
Ainda mais, Fernando Haddad, durante a reunião com os governadores, discutiu propostas “sensíveis ao Nordeste”, como a questão da segurança pública e da saúde.
“A Polícia Federal vai passar a atuar no próximo governo contra o crime organizado nacionalmente. A ideia é que nós avancemos no programa que foi apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com a ideia de que parte grande do crime hoje tem organizações nacionais”, apontou.
Bem como, no tema da saúde, ele disse que vai criar policlínicas para oferta de serviços de especialidade e cirurgias eletivas.
Do mesmo modo, quando questionado sobre um possível aceno ao mercado, Haddad disse que a profissão de professor lhe rendeu a capacidade de rever posições, e declarou:
“Um professor que não seja curioso e nem generoso está na profissão errada. E essa característica me faz todo tempo rever posições, aprender com debate”
Similarmente, ele acrescentou que o partido vem, inclusive, reformulando o plano de governo, como fizeram no tema de uma nova Constituinte:
“Deixamos claro que faremos a reforma da Constituição por emenda constitucional. Não tenho nenhum problema com isso. Isso é uma maneira de dizer para a sociedade que nós estamos aqui para aperfeiçoar o nosso programa”
Entretanto, Jaques Wagner (senador eleito pelo PT na Bahia), por sua vez, foi mais duro sobre possíveis declarações do candidato para acalmar o mercado financeiro:
“Nós não podemos interferir. Se o mercado escolheu o (Jair) Bolsonaro (do PSL) como o seu candidato, nós queremos que o Haddad seja o candidato do povo brasileiro”
Afirmou, acrescentando que é legítimo o mercado dizer quem quer como presidente, mas que
“vai ter que conviver com quem for eleito”.
Fernando Haddad e Lula
Antes de mais nada, em entrevista à Rádio Guaíba, do Rio Grande do Sul, Haddad descartou hoje a possibilidade de se afastar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril em Curitiba. De fato, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) disse que Lula pediu que Haddad se dedique mais à campanha e deixe de visitá-lo. Porém, ele avisou que:
“Não cospe no prato que come”
Para o candidato, o ex-presidente é uma referência para todos;
“Lula é um grande líder e foi o melhor presidente que o país já teve. O Brasil teve bons presidentes, mas ele foi o melhor. Nessa condição, ele pode contribuir muito.”
Dessa forma, ao ser questionado se manterá atenção aos conselhos de Lula, Haddad reiterou sua lealdade ao ex-presidente, afirmando:
“Eu não cuspo no prato que eu comi e jamais farei isso. Outra coisa é que eu não compartilho com injustiça mesmo que eu fique sozinho. Se eu ficar sozinho defendendo uma posição justa, eu prefiro do que ficar com 100% defendendo uma posição injusta. Eu só cheguei ao segundo turno por defender o projeto que Lula representa.”
De acordo com Fernando Haddad, a sociedade como um todo tem uma cota de responsabilidade sobre a democracia e liberdade.
Segundo Haddad, são três semanas para defender o projeto que ele acredita: do bem-estar do Estado, preservando os direitos e buscando melhor qualidade de vida. Enfim, acrescenta:
“Estou muito disposto a brigar pela vitória.”
Fonte:Agência Brasil São Paulo
Foto destaque Rovena Rosa/Agência Brasil
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