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Dietética – Fatores que influenciam seu controle

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A disciplinarização e o empoderamento do corpo que influenciam no controle da dietética

O objetivo deste estudo é discutir sobre a uma complexa relação. De fato, relação entre a construção do controle da dietética em relação aos fatores de disciplinarização e empoderamento do corpo. Por certo, através de investigações da produção de significados sobre o alimento. Além disso investigações sobre a forma de se alimentar na cultura e no campo científico da Alimentação, Nutrição e Saúde.

“Fique nu, […] mas seja magro, bonito, bronzeado!” (Foucault, 2015, p.236).

As atuais imposições da beleza, de juventude e do corpo sem gordura são formas de se exercer o controle disciplinar sobre o mesmo. Por meio da mídia, publicidade, do culto a perfeição do corpo, da alimentação, da vida ativa e social, diversificadas relações são criadas sobre a ótica de diferentes interesses e instituições com o intuito de exercer o controle sobre o corpo. Assim, o sedentarismo, a velhice e a obesidade são considerados uma espécie de mal que necessita ser vencido.

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Nesse contexto, a Nutrição vem se tornando cada vez mais uma doutrina no campo da alimentação. E, desse modo, vem  tratando e valorizando os nutrientes de maneira exclusiva e isolada. Com efeito, esquecendo-se de analisar o alimento e o ato de comer como um todo. A nossa relação com a comida é carregada de significados. Além disso, o nosso cotidiano tem sido marcado por um aumento na tensão individual e cultural.

Poder sobre o corpo

Sabe-se que a dissolução entre o corpo e a alma, a partir do século XX, modifica também a relação do ser com o seu corpo. E, desse modo, surge uma perspectiva do corpo como objeto na história das mentalidades. De fato, a partir da teoria foucaultiana, nada é mais material, físico ou corporal do que o próprio poder. Logo, nos é dada uma abertura de como compreender mais diretamente o real, em sua complexidade.

Hoje, por exemplo, temos o conhecimento que o poder investido no corpo não precisa ser tão rígido, denso e nem concentrado em meticulosos regimes disciplinares. Percebeu-se que podíamos ter um poder muito mais brando sobre o corpo. E, que esse poder apesar de ser tênue, ele é forte. Sim, pois é capaz de produzir efeitos no nível de desejo e também no nível do saber.

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Controle independente do meio social

Nota-se que o corpo perde a sua naturalidade e passa a ser visto como um corpo construído, quando adentra-se na perspectiva histórica e cultural. Apesar de diversos momentos da história, do corpo natural ter sido encaixado em áreas específicas como a medicina e a biologia, entende-se que o corpo não é propriedade de nenhuma área de conhecimento. Na verdade, o corpo é simplesmente o resultado do emprego de poder, onde a sua própria espontaneidade e liberdade são construídas. Logo, não existe um corpo natural, antes de se ter havido um trabalho cultural sobre ele.

Por consequência, conclui-se que ao se penetrar, no controle da vida, a partir da disciplinarização e empoderamento do corpo, o controle da dietética se faz automaticamente, quando o homem precisa controlar uma gama de variáveis, entre elas, as suas escolhas alimentares, comportamentos e costumes em sua forma de se alimentar, independente do meio social em que habita.

Juliana da Mata – Nutricionista

Texto apresentado e publicado no Anais do XXIV Congresso Brasileiro de Nutrição.

 

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