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Diabetes tipo 2 pode ser provocada pelo consumo de carne vermelha; entenda

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O vilão não é só o açúcar! Amantes da carne vermelha podem diminuir os riscos de contrair diabetes tipo 2 com a mudança de alguns hábitos em seu dia a dia

Muitos brasileiros são apaixonados por carne vermelha. Ela faz parte de nossos hábitos alimentares, desde aquele delicioso churrasco até uma boa carne de panela ou um belo hambúrguer. Porém, se você quer reduzir os riscos de ter diabetes no futuro, diminuir o consumo pode ser uma boa ideia.

De acordo com um estudo publicado no periódico “The American Journal of Clinical Nutrition, conduzido por pesquisadores da Harvard T. H. Chan School of Public Health (HSPH), o consumo de carne vermelha está associado a um aumento no risco de desenvolver diabetes tipo 2, em que o organismo desenvolve uma resistência à ação da insulina.

O alerta chama muita atenção, já que a diabetes tipo 2 é uma condição crônica grave, sendo um dos principais fatores de risco para doenças renais e cardiovasculares, câncer e demência. Portanto, entender de que forma a mudança de hábitos alimentares pode diminuir as chances de seu aparecimento é um conhecimento valioso.

Dados da pesquisa Vigitel apontam que 16,8 milhões de brasileiros têm diabetes, o equivalente a 9,14% da população adulta. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), por sua vez, aponta que cerca de 90% dos pacientes com diabetes apresentam o tipo 2.

Continue na leitura para conhecer mais detalhes sobre o estudo, além de entender quais são as recomendações para não fazer parte deste grupo.

 

De que forma o consumo de carne vermelha está associado ao risco de diabetes tipo 2?

De acordo com o estudo, que tem algumas das principais informações compiladas neste artigo da HSPH, pessoas que comem duas porções de carne vermelha por semana possuem maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 do que aquelas que consomem menos porções. Além disso, também concluiu-se que o risco aumenta quanto maior é o consumo de carne vermelha.

Outra conclusão obtida pelo estudo, publicado em 19 de outubro de 2023, foi que substituir a carne vermelha por fontes de proteína baseadas em plantas, como oleaginosas e legumes, ou porções moderadas de laticínios, são hábitos associados com uma redução no risco da diabetes tipo 2.

Xiao Gu, pesquisador de pós-doutorado do Departamento de Nutrição da HSPH, diz que as descobertas indicam fortemente diretrizes que recomendam limitar o consumo de carne vermelha, o que se aplica tanto às carnes processadas quanto às não-processadas.

 

A associação entre consumo de carne vermelha e o seu risco é uma novidade?

Não. Estudos anteriores já haviam indicado uma ligação entre consumo de carne vermelha e diabetes tipo 2, mas este publicado recentemente analisou um grande número de casos entre participantes que foram acompanhados por bastante tempo, adicionando um nível mais elevado de certeza sobre a associação.

Os pesquisadores analisaram dados de saúde de 216.695 participantes de diferentes estudos. As dietas foram avaliadas com questionários de frequência alimentar aplicados a cada 2 ou 4 anos, em períodos de até 36 anos. Ao longo deste período, mais de 22.000 participantes desenvolveram diabetes tipo 2 – ou seja, mais de 10% do grupo. 

De acordo com o estudo, participantes que comeram mais carne vermelha tiveram 62% mais chances de desenvolver diabetes tipo 2 comparados aos que comiam menos. Cada porção diária adicional de carne vermelha processada esteve associada a um risco 46% maior de desenvolver a doença, contra um aumento de 24% no risco para a carne vermelha não-processada.

Também foram estimados os efeitos potenciais da substituição de uma porção de carne vermelha por outra fonte de proteína. Ao optar por uma porção de oleaginosas e legumes, o risco de desenvolver diabetes tipo 2 caía 30%, ao passo que a substituição por laticínios resultou em uma queda de 22%.

 

O que fazer para evitar?

 

Em relação ao principal objeto do estudo, a recomendação é consumir carne vermelha com mais moderação. A indicação de Walter Willett, professor de epidemiologia e nutrição, é que “o limite de aproximadamente uma porção de carne vermelha por semana seria razoável para pessoas que querem otimizar sua saúde e bem-estar”.

Isso não significa que você deve abandonar aquele churrasco tão esperado, mas sim ter moderação no consumo de carne vermelha. Além disso, carnes brancas, legumes e vegetais na grelha também ficam muito saborosos e podem ajudar nessas mudanças de hábitos.

Proteínas de origem vegetal também despontam como boas indicações para evitar a carne vermelha. É cada vez mais comum encontrar esse tipo de produto no mercado, com preços que também tendem a ficar mais interessantes conforme houver mais concorrência por parte das marcas e interesse por parte do público.

Se antigamente muito se ouvia falar sobre a proteína texturizada de soja (PTS), hoje há várias outras opções disponíveis para quem deseja comer menos proteína animal, como hambúrgueres, nuggets, “carne” moída e por aí vai. Muitos desses alimentos, inclusive, já vêm prontos para consumo, bastando apenas grelhar, cozinhar ou preparar como preferir.

Saindo apenas das proteínas, vale também relembrar aqueles conselhos que já não são novidade para muita gente, mas que seguem fazendo muita diferença, como ter uma alimentação balanceada, evitar o consumo de açúcar e farinhas brancas e praticar atividade física de maneira constante, o que ainda pode acarretar em vários outros benefícios, da perda de peso à melhora dos níveis de glicemia, colesterol e triglicerídeos.

 

Diabetes tipo 2: um problema evitável

Embora seja uma condição presente em muitas pessoas de nosso cotidiano, bons hábitos ajudam a fazer com que a diabetes tipo 2 esteja cada vez mais distante.

Além de trazer limitações à dieta, especialmente por ter que reduzir muito o consumo de açúcar e carboidratos, a doença ainda pode ser a porta de entrada para várias outras condições renais e cardíacas, entre outras.

Há pacientes, inclusive, que relatam disfunção sexual no diabetes, outra situação que certamente se deseja evitar o máximo possível. Logo, muito se engana quem pensa que apenas problemas primariamente sexuais, como a disfunção erétil, que pode ser resolvida cirurgicamente com a Técnica Egydio, podem prejudicar sua saúde e vitalidade na cama.

Seja diminuindo o consumo de carne vermelha ou optando por outras alternativas, cuide para manter a diabetes tipo 2 o mais distante possível de você. Certamente, este é um esforço que vale a pena!

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