aldeia Mata Verde Bonita

Prefeitura de Maricá leva ação de saúde animal à aldeia indígena Mata Verde Bonita

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Saúde animal na aldeia indígena Mata Verde Bonita

A Prefeitura de Maricá promoveu nesta segunda-feira (03/10) uma mais ação de cuidados para os 60 animais, entre cães e gatos, que vivem na aldeia indígena Mata Verde Bonita (Tekoa Ka’ Aguy Ovy Porã), em São José do Imbassaí. Organizada pela Coordenadoria Especial de Proteção Animal (Cepa) em parceria com a ONG Hope, a atividade faz parte da 1ª Semana da Proteção Animal e teve como foco a vacinação e a avaliação veterinária para castração.

 

O coordenador de Proteção Animal, Fabiano Novaes, destacou que a primeira Semana de Proteção Animal, instituída pela lei municipal nº 3.059, está recheada de serviços e de ações de conscientização na cidade.

 

“Vamos aproveitar a oportunidade para conscientizar a população sobre a importância de valorizar, discutir e garantir políticas públicas em prol ao bem-estar animal. Na aldeia, levamos vacinas, medicação e fizemos avaliação para castrar os animais. Mês passado realizamos o teste de leishmaniose, uma doença infecciosa causada por parasita, que deu negativo para todos os animais avaliados no dia, e somente um felino macho, que estava com a doença esporotricose, foi avaliado e levado para a Fundação Oswaldo Cruz para tratamento”, disse Novaes.

 

A ação na aldeia foi iniciada pelo Francisco Anselmo, que é diretor da ONG Hope. Ele e sua equipe levaram os suplementos alimentares e os medicamentos para os cachorros.

 

“Trabalhamos com resgates de animais, na ONG temos um pouco mais de 90 animais, ajudando os protetores e pessoas que tenham muitos cães. Na aldeia recebemos um chamado para auxiliar nos cuidados com os animais, fizemos todo o trabalho com exames, teste de leishmaniose, medicamentos… estamos fazendo todo o preparo para que todos os animais da aldeia sejam castrados por meio da Fiocruz, que virá castrar na aldeia indígena Tekoa Ka’ Aguy Ovy Porã (Mata Verde Bonita), em São José do Imbassaí”, comentou o diretor da ONG Hope (https://abrigohope.org/).

Abandono de animais na aldeia

Esta prática de abandono dos animais é recorrente na região, segundo a cacique da aldeia, Jurema Nunes.

 

 

“Fica complicado para nós, pois quando vemos um animal abandonado ou que chega até aqui não podemos deixá-lo com fome e, com isso, acabamos acolhendo mesmo não sabendo que ele tem a doença. Além disso, temos muitas crianças que ficam expostas e brincam com esses animais. Por isso, sempre peço que não abandonem os animais”, disse a líder indígena.

 

Os animais desprotegidos e com fome se deslocam à aldeia Mata Verde Bonita, causando transtornos aos índios, que muitas vezes não têm condições de alimentarem ou abrigarem.

 

“Quem abandona os animais aqui, supondo que eles estarão melhores, não conhece a realidade dos indígenas. Eles não conseguem dar conta dos cães e gatos sozinhos. O animal pode estar doente ou passar uma doença para os índios. Temos que lembrar que um animal deve caber no orçamento de uma família, não apenas com alimentação, mas também com prevenção em saúde”, afirmou o coordenador Fabiano Novaes.

Denúncia sobre abandono de animais

Abandonar animais é crime previsto pela Lei Federal nº 14.064/20, podendo gerar prisão por até cinco anos aos infratores. Casos desse tipo podem ser denunciados por meio do “Disque Denúncia”, no telefone 181, que realiza atendimentos diários 24 horas. Também é possível relatar casos urgentes à Polícia Militar, por meio do telefone 190. Em Maricá, a Coordenadoria de Proteção Animal disponibiliza dois canais para esse tipo de denúncia: por mensagens no WhatsApp (21) 99546-0334 ou atendimento presencial na sede da coordenadoria (Rua Prefeito Hilário Costa e Silva, nº 100, Parque Eldorado). O sigilo da fonte é garantido

Programação

A programação da 1ª Semana de Proteção Animal continua nesta terça-feira (04/10), das 10h às 11h, com a palestra sobre bem-estar animal e showdog – demonstração de adestramento – para alunos na Escola Municipal Alcebíades Afonso Viana Filho; e das 15 às 16h, na Escola Municipal Caic Elomir Silva, em São José do Imbassaí. Na quarta-feira (05/10), das 10 às 11h, a palestra acontece na Escola Municipalizada de Inoã. Na quinta-feira (06/10) e sexta-feira (07/10), a Cepa reúne os protetores do município no Banco Mumbuca para tratar de castrações e saúde animal.

 

No sábado (08/10), o Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), na Mumbuca, receberá o evento de encerramento da semana com atividades que começam a partir das 8h, como palestras sobre bem-estar animal, campanha de adoção, concurso de fantasia pet e solenidade de formatura da primeira turma do projeto SocializaCão – de orientação a donos e convívio com outros animais -, além da formalização e assinatura do contrato de castração que irá permitir o aumento dos procedimentos do programa de controle reprodutivo na cidade.

Coordenadoria de Proteção Animal

Criada em 2017, a Cepa desenvolve diversas ações e políticas públicas que visam a proteção e o bem-estar dos animais, como o programa de controle reprodutivo e as campanhas de adoção e de conscientização sobre abandono, que acontecem mensalmente, em parceria com protetores, moradores e comerciantes. Com a iniciativa, 530 animais já foram retirados das ruas e adotados em um ano e meio.  Desde 2019, já foram realizadas 5.500 castrações em toda a cidade. A partir de outubro, o número de vagas para este procedimento aumentará 800%, passando de 100 para 800 castrações por mês. A expectativa é que sejam castrados 9.600 animais por ano. Além disso, a Cepa está em processo de credenciamento de clínicas veterinárias para realização de outros procedimentos, com foco na assistência à saúde dos animais de rua.

 
Foto: Marcos Fabrício

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