ser ou não ser autista

“ser ou estar autista” questão levantada em palestra

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Palestra para pais e educadores levanta a questão “ser ou estar autista”

 

Dando continuidade às ações da Semana de Conscientização do Autismo, a Secretaria de Educação realizou na manhã desta terça-feira (03/04) a palestra “O autismo em pauta: os novos cérebros da pós-contemporaneidade”, direcionada aos professores da rede municipal e pais. Assim, o encontro foi realizado na Casa de Festa Palladon, no bairro Flamengo. 

 

Com duas horas de duração, a palestra foi ministrada pela professora universitária da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e neurocientista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Bianca Fonseca. Acima de tudo, Bianca tem mais de oito dedicados ao estudo do autismo nos 18 anos de formação profissional,

 

Autismo classificado como patologia

 

De acordo com a neurocientista, o autismo está classificado como doença no Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-5) feito pela Associação Americana de Psiquiatria.

 

“Antes de mais nada, o autismo não é um transtorno ou síndrome. É uma patologia que segue os protocolos de doenças mentais que tem casos mais leves e os mais severos”, frisou.

 

 

Para a neurocientista, deve haver uma distinção entre o “ser autista” e o “estar autista”.

“Devemos nos atentar a isso. Todos nós em algum momento da vida apresentamos comportamentos que são considerados sintomas da doença, mas sabemos lidar e superar esses transtornos. Nem toda criança com transtorno sensorial ou déficit de atenção é autista”, avalia.

 

Segundo ela, para ser considerado autismo, devem ser identificadas alterações nas áreas neurológica, metabólica, gastrointestinal e imunológica.

 

“Clinicamente, ocorre uma antecipação do diagnóstico e, consequentemente, do tratamento terapêutico. Na dúvida, trata-se logo como autismo, por isso digo que, em muitos casos, pode estar autista e não ser autista”, explicou.

 

 

Avanço da tecnologia e aumento dos casos

 

Outro ponto levantado pela professora é sobre o avanço da tecnologia que modificou nosso comportamento.

 

“Nos últimos dez anos, houve um aumento do número de crianças com atraso de linguagem, mas isso necessariamente não significa que ela esteja doente. A tecnologia modifica nosso comportamento. E com isso nosso cérebro também passa por mutação e, dessa forma, cria-se um novo ser humano com novas características. Por isso, temos que nos perguntar como lidaremos com essas questões”, acrescentou.

 

Ainda segundo a palestrante, houve um aumento de mais de 5.000% casos de autismo nos últimos cinco anos.

“No Brasil, um em cada 64 meninos são autistas e, nos EUA, essa proporção é de um para 36 meninos. Sem dúvida, esse dado nos revela um cenário em que devemos nos interrogar sobre o que está errado”, apontou.

 

 

 

Para a professora da sala de recursos da E. M. Barra de Zacarias, Fátima de Souza, de 43 anos, a palestra foi muito elucidativa.

“Temos que conhecer o aluno que recebemos nas nossas escolas. É imprescindível ao profissional se capacitar, adaptar a parte pedagógica e aprofundar os recursos disponíveis para fornecer a ele autonomia necessária”, salientou.

 

Do mesmo modo, a  gerente de diversidade e inclusão educacional, Hellen de Azevedo, destacou a importância do evento para ajudar na conscientização do tema.

“Hoje, temos na rede municipal 160 alunos diagnosticados como autistas inseridos na sala de aula e integrados nas atividades pedagógicas. Os pais e professores devem participar de debates que ajudem na autonomia desses alunos”, declarou a gerente. 

 

Enfim veja também o relacionamento amoroso do autista.

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