Hospital de campanha em São Gonçalo

Hospital de campanha em São Gonçalo – Ilha: ser ou não ser?

Compartilhe essa matéria:

Câmara de Maricá aprova doação para construção de hospital de campanha em São Gonçalo 

Aprovada pela Câmara dos Vereadores de Maricá doação de R$ 45 milhões para construção de hospital de campanha em São Gonçalo. 

Após muita polêmica e disseminação de Fake News pelas redes sociais, a Câmara de Maricá aprovou, na quarta-feira (01), a abertura de crédito especial de R$ 45 milhões para a adoção de medidas de gestão associada do serviço público de saúde.

O valor será transferido para o Fundo Estadual de Saúde e será aplicado em um Hospital de Campanha em São Gonçalo.

 

Câmara dos Vereadores aprova doação para ajudar a população.
Câmara dos Vereadores aprova doação para ajudar a população dos municípios vizinhos.

Assim, a unidade será montada pelo Governo do Estado ao lado do Hospital Estadual Alberto Torres, no Colubandê, em São Gonçalo. Além de Maricá, Niterói também doará o mesmo valor para a montagem.

No local, haverá 200 leitos, sendo 40 de tratamento intensivo.

 

“As pessoas precisam entender que essa é uma doença global. Não tem fronteiras. O pessoal de São Gonçalo frequenta muito Maricá. Por que não ajudar?”, comentou o presidente da Câmara Aldair de Linda.

Origem dos recursos

Ao contrário dos boatos que vinham circulando na cidade, o valor não sairá do Fundo Soberano de Maricá (FSM).

 

“Não vai ser utilizada verba do FSM. Será receita corrente de royalties”, explicou Aldair.

A saber, a previsão é que a unidade de campanha fique pronta até 30 de abril.

 

“Todo o empenho do Governo do Estado é para que essas estruturas fiquem prontas dentro do prazo programado. Os hospitais de campanha serão fundamentais no atendimento à população no momento mais crítico da pandemia no estado”, afirmou o governador Wilson Witzel.

Nota da Prefeitura de Maricá

 

Em nota, a Prefeitura de Maricá afirmou que a medida foi um pedido do Governo do Estado e que Niterói doará o mesmo valor. Segundo o texto, a verba será utilizada na construção de hospitais de campanha na cidade vizinha.

 

“Além de extremamente populosa, enfrenta graves problemas de falta de recursos para fazer frente à pandemia do coronavírus”, esclarece.

 

A nota ratifica que o valor sairá de recursos correntes e não do Fundo Soberano de Maricá (FSM).

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Maricá, o repasse é de extrema importância não só para a cidade vizinha, com mais de 1 milhão de habitantes, mas também para o município.

“A ajuda a São Gonçalo permitirá que a cidade se estruture para atender seus eventuais pacientes com Covid-19 e isso evitará que possa crescer a migração dessas pessoas em busca de atendimento em Maricá e Niterói como acontece hoje”, explica a secretária Simone Costa.

 
Fonte: Prefeitura Municipal de Maricá e Errejota Notícias.
 

Niterói também fará aporte para construção do hospital de campanha em São Gonçalo 

 

Boletim diário Coronavírus de Niterói
Boletim diário Coronavírus de Niterói

 

No Boletim diário de 01/04 sobre o novo Coronavírus em Niterói, o prefeito, Rodrigo Neves, comunicou o aporte de recursos no Fundo Estadual de Saúde para a construção de um Hospital de Campanha em São Gonçalo. E informou doação de metade dos recursos para que o hospital seja construído, com o objetivo de proteger Niterói.

Enfim, o projeto de lei estabelecendo o convênio foi enviado à Câmara Municipal e está na pauta de votação para a sessão extraordinária desta quinta-feira (02/04).

 

A saber, Niteroi registrou na data  62 casos confirmados, 1 óbito e 23 já recuperados.

Na ocasião, o prefeito decretou que a partir do próximo sábado (4/04) será restringida a entrada de pessoas de municípios vizinhos em Niterói, com exceção de moradores e trabalhadores de serviços essenciais, mediante comprovação (crachá ou carteira de  trabalho). A medida dura até o dia 18 de abril. 

Do mesmo modo, participou que sexta-feira (03/04) termina a janela de abertura dos estabelecimentos mecânicos e de construção civil.

 
Enfim, Maricá e Niterói vão repassar os recursos ao estado, que por sua vez dará a destinação prevista no acordo. No caso de Maricá o valor sairá de recursos correntes e não do Fundo Soberano de Maricá (FSM). 
 
Fonte: Prefeitura Municipal de Niterói 
 

Reflexão:  ILHA – ser ou não ser?

 
Hospital de campanha em São Gonçalo- ilha

Deus nos presenteou com quarenta quilômetros de praia, muitas lagoas e uma beleza infinita.

Do mar abençoado estamos sendo agraciados com os recursos que nos permite transformar Maricá, vencer passivos históricos em diversos setores e prepararmos o caminho para o futuro.

Nos consolidamos como uma cidade acolhedora, de gente trabalhadora e que auxilia os mais pobres.

Somos abençoados pelo mar, mas não vivemos numa ilha.

Nossa história é uma estrada de mão dupla com algumas encruzilhadas pelo caminho. Nos deparamos com uma delas em tempos de pandemia.

Digo dupla porque temos uma relação de extrema proximidade e reciprocidade entre a cidades vizinhas.

Quem nunca teve em sua família alguém que estudasse em Niterói, um amigo contratado em Itaboraí ou um conhecido gonçalense que mais parecesse morador de Maricá?
Como dizia Vinicius:

“ A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”.

Em tempos de desencontros e de pandemia, uma doença nos assombra e tem a capacidade de matar muito mais do que os corpos que começam a se avolumar nos hospitais.

Esse mal que assola a humanidade tem como características, além da vileza, o desespero disfarçado de frieza, a ausência de humanidade e de lógica.

Sobre humanidade, não precisamos dissertar mais do que já disseram honrosos e respeitáveis líderes em reflexões e palavras, pregações, sermões e mensagens os ensinamentos dos templos religiosos onde frequentamos desde sempre.

Não há novidade!

O amor ao próximo é a máxima maior daquele deu a vida pelo seu ideal de justiça e caridade.

Pelo aspecto lógico, não é compreensivo que nós, município pólo do Leste Fluminense, com maior capacidade de investimento da região, deixemos ao relento e não auxiliemos toda a população.

O repasse de recursos para ações de saúde pública, seja em campanha em São Gonçalo ou qualquer outro município, além de uma questão humanitária tem uma lógica de saúde pública de preservação dos leitos de Maricá para atender os moradores daqui.

Afinal, para onde irão os milhares de pacientes da região, caso não encontre em suas cidades as condições necessárias de atendimento?

A ausência de reciprocidade poderia levar a ausência de leitos aos maricaenses.

Para termos uma noção da razoabilidade das ações, em tempos comuns já possuímos um percentual elevado de atendimentos de pacientes de outros municípios, cerca de quarenta por cento. Ou preferimos deixá-los sucumbir?

Antes de tirarmos nossas conclusões precipitadas, lembremos ainda que as soluções do abastecimento de água, por exemplo, passam pelo atendimento dos distritos de Itaipuacu e Inoã pelo sistema imunama laranjal (coincidentemente em São Gonçalo). Além disso, a nossa proposta definitiva para o abastecimento das demais regiões passa por outra intervenção em Tanguá.

Não há dúvidas, então, para reciprocidade não há limite!

Nos alertamos as palavras de Mahatma Gandhi:

“Olho por olho e o mundo acabará cego”.

O discurso fácil e oco tem o dom de iludir. Dessa ilusão, poderemos sofrer na pele atos inconsequentes que serão cobradas na história. Olhar ao próprio umbigo é caminhar ao precipício norteador regidos pela lei de causa e efeito. Ação e reação.

“A doença mais perigosa do mundo em tempos atuais não é o Coronavírus, mas sim o egoísmo”. 

O autor prefere manter o seu anonimato.

 

Sobre o autor(a)


Compartilhe essa matéria: