Crise global da economia de cuidado: Organização Internacional do Trabalho (OIT) pede ação urgente para preveni-la
Crise global da economia de cuidado: Organização Internacional do Trabalho (OIT) pede ação urgente para preveni-la
Segundo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgado em junho, é necessário que dobrem investimentos na economia de cuidado. A fim de evitar uma crise global.
Além disso, é fundamental que as mudanças drásticas nas políticas abordem os serviços de cuidado e enfrentem a gritante desigualdade. Já que as responsabilidades dadas às mulheres e homens são distintas. De acordo com dados divulgados, as mulheres são responsáveis por mais de três quartos do tempo gasto em trabalho de cuidado não remunerado.
Enfim, se dobrassem esses investimentos em educação, saúde e assistência social, a crise global seria evitada. E, até 2030 cerca de 269 milhões de novos empregos poderiam ser criados.
“A proeminência global de famílias nucleares e de famílias com apenas uma mãe ou pai, aliada ao crescimento do emprego de mulheres em certos países, aumenta a demanda por trabalhadores e trabalhadoras na economia de cuidado. Se não forem tratados de maneira adequada, os atuais déficits no setor e na sua qualidade criarão uma grave e insustentável crise global na economia de cuidado e aumentarão ainda mais as desigualdades de gênero no mundo do trabalho”, disse a principal autora do relatório, Laura Addati.
Desigualdade de gênero: Mulheres são as que mais realizam trabalho de cuidado não remunerado
Além disso, o relatório mostra que as mulheres realizam 76,2% do total de horas de trabalho de cuidado não remunerado. Visto que, essa carga horária é mais que o triplo do trabalho dos homens.
Porém, em alguns países, a contribuição dos homens para o trabalho de cuidado não remunerado aumentou nos últimos 20 anos. No entanto, nos 23 países que concedem esses dados, a desigualdade de gênero no que diz respeito ao tempo dedicado às responsabilidades de cuidado não remunerado diminuiu apenas 7 minutos por dia nas últimas duas décadas.
De acordo com a Shauna Olney, chefe do Departamento de Gênero, Igualdade e Diversidade e da área de AIDS da OIT, falta muito para acabar com essa desigualdade.
“Nesse ritmo, serão necessários 210 anos para acabar com a desigualdade de gênero no trabalho de cuidado não remunerado. O ritmo glacial dessas mudanças questiona a eficácia das políticas passadas e atuais em abordar a extensão e a divisão do trabalho de cuidado não remunerado nos últimos 20 anos”.
Com isso, o trabalho de cuidado não remunerado é a principal barreira que impede as mulheres. Seja de entrar, permanecer e progredir na força de trabalho.
Segundo informações, a maioria das mulheres preferia trabalhar em empregos remunerados. Principalmente, aquelas que não estão no mercado de trabalho, e que os homens concordam. Constatou-se também que os maiores desafios identificados para as mulheres que trabalham em empregos remunerados foram o equilíbrio entre trabalho e família e a falta de serviços de cuidado acessíveis.
Além de revelar que a maioria dos trabalhadores da economia de cuidado são mulheres. Em grande parte migrantes e que trabalham na economia informal sob condições precárias e com baixos salários.
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