“Quem tem enxaqueca pode tomar café?” busca sobre o assunto cresce no Google
A bebida mais consumida pelos brasileiros tem sido fonte de dúvida no Google. Será que ela está relacionada à enxaqueca?
A enxaqueca é um tipo de dor de cabeça que afeta cerca de 15% da população brasileira, segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia. As causas dessa condição são variadas e podem incluir fatores genéticos, hormonais, ambientais e alimentares. Entre os alimentos que podem influenciar nas crises de enxaqueca, o café se destaca por ter uma relação complexa e contraditória com a dor.
O café é a segunda bebida mais consumida pelos brasileiros, ficando atrás apenas da água. A principal substância presente no café é a cafeína, um estimulante do sistema nervoso central que tem efeitos sobre o humor, a atenção, a memória e o sono.
A cafeína também tem propriedades vasoconstritoras, ou seja, que diminuem o diâmetro dos vasos sanguíneos, e analgésicas, que aliviam a dor.
Essas características fazem com que o café possa ter um papel tanto positivo quanto negativo na enxaqueca, dependendo da quantidade, da frequência e da sensibilidade de cada pessoa.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Google Trends, houve um aumento de 140% pela resposta da pergunta “quem tem enxaqueca pode tomar café?” nos últimos 12 meses no Brasil. Os dados podem ser uma amostra do interesse das pessoas em saber mais sobre essa relação.
Para esclarecer as principais dúvidas sobre o assunto, confira a seguir o que diz a ciência sobre os efeitos do café na enxaqueca.
Potencializador de dores de cabeça
Um dos malefícios do café para a enxaqueca é que ele pode causar e piorar as crises de dor de cabeça. Isso pode ocorrer por diversos motivos, como a abstinência, a sensibilidade e a interação com outros fatores.
De acordo com um estudo publicado no American Journal of Medicine, o consumo de uma ou duas xícaras de café por dia não está associado a um aumento do risco de enxaqueca, mas o consumo de três ou mais xícaras pode desencadear as crises de dor.
Por outro lado, a abstinência de café é uma das causas mais comuns de dor de cabeça relacionada à cafeína. Isso acontece porque, quando uma pessoa que consome café regularmente deixa de ingerir a bebida, o seu organismo sofre uma queda nos níveis de cafeína, o que provoca uma dilatação dos vasos sanguíneos do cérebro e uma liberação de substâncias inflamatórias. Esses efeitos podem causar uma dor de cabeça que pode durar de algumas horas a alguns dias, dependendo da quantidade e da frequência do consumo de café.
A sensibilidade à cafeína é outro fator que pode fazer com que o café piore a enxaqueca. Algumas pessoas têm uma maior reação aos efeitos estimulantes da cafeína, o que pode causar ansiedade, nervosismo, insônia e palpitações.
Esses sintomas podem, por sua vez, desencadear ou agravar as crises de enxaqueca, especialmente se a pessoa já tiver outros fatores de risco, como estresse, alterações hormonais ou jejum prolongado.
A interação do café com outros fatores também pode influenciar na enxaqueca. Por exemplo, o café pode interferir na absorção de alguns nutrientes, como o ferro, o cálcio e o magnésio, que são importantes para a saúde do cérebro e para a prevenção da dor de cabeça. Além disso, o café pode aumentar a produção de ácido no estômago, o que pode causar azia, gastrite e refluxo, que são condições que podem estar associadas à enxaqueca.
Como consumir café de forma saudável
Diante de todas essas informações, pode parecer difícil saber como consumir café de forma saudável e sem prejudicar a enxaqueca. No entanto, existem algumas dicas que podem ajudar a aproveitar os benefícios da bebida sem sofrer com os seus efeitos colaterais. Veja a seguir:
- Beba café com moderação: a recomendação geral é de que o consumo de cafeína não ultrapasse 400 mg por dia, o que equivale a cerca de 04 xícaras de café coado.
- Café com regularidade: se você tem o hábito de tomar café todos os dias, evite interromper esse consumo de forma abrupta, pois isso pode causar abstinência e dor de cabeça.
- Consuma café com qualidade: prefira o café puro, sem açúcar, leite, creme ou outros aditivos que podem aumentar as calorias e interferir nos efeitos da cafeína. Escolha também grãos de boa procedência, fresco, bem torrado e bem armazenado.
Como prevenir e tratar as crises de enxaqueca?
Prevenir e tratar as crises de enxaqueca é fundamental para melhorar a qualidade de vida de quem sofre com essa condição. Uma solução natural como remédio para enxaqueca pode ser eficaz no alívio dos sintomas. Além dele, separamos algumas estratégias que podem te ajudar:
- Identificação de gatilhos: reconhecer e evitar os fatores desencadeantes, como certos alimentos, estresse e alterações hormonais, é essencial;
- Mantenha um diário: registrar os episódios de enxaqueca pode ajudar a identificar padrões e gatilhos pessoais;
- Hábitos de sono regulares: garanta um sono adequado e mantenha uma rotina de sono consistente;
- Alimentação saudável: opte por uma dieta equilibrada, evitando alimentos que podem desencadear enxaquecas.
E quanto ao tratamento? Bom, existem alguns tipos de tratamento que você pode apostar para ajudar no alívio dessas dores terríveis, como por exemplo:
- Remédios naturais, como a melatonina;
- Suplementos, como magnésio, riboflavina (vitamina B2) e coenzima Q10;
- Gerenciamento de estresse;
- Terapias complementares como acupuntura.
Remédios para enxaqueca
Em casos graves, seu médico pode prescrever remédios para enxaqueca, como triptanos. Os triptanos, como sumatriptano e rizatriptano, são projetados para aliviar a enxaqueca ao afetar os vasos sanguíneos e a serotonina no cérebro.
Eles ajudam a reduzir a dilatação dos vasos sanguíneos que ocorre durante uma crise de enxaqueca, aliviando a dor e outros sintomas associados, como náusea e sensibilidade à luz.
Também podem ser recomendados pelos médicos medicamentos como:
- Antieméticos: indicados sempre que houver náusea e/ou vômito;
- Corticoides: recomendados nas situações de emergência, quando outros remédios não foram efetivos;
- Antidepressivos: várias classes de medicamentos antidepressivos são usados para tratar enxaqueca.
Mas é preciso estar atento ao fato de que a enxaqueca é uma condição individual, e o que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra.
Além disso, é importante frisar que a automedicação ou o uso de medicamento em excesso pode ocasionar em uma cefaleia de rebote, que pode ser ainda mais intensa do que aquela que você sente.
Por isso, se a sua enxaqueca forte te incapacita de fazer as atividades corriqueiras, vale procurar a ajuda de um médico que pode ser clínico geral ou até mesmo um neurologista para indicar o tratamento adequado para o seu caso, o que inclui o uso dos melhores medicamentos.
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