Fóssil localizado em MG pode auxiliar na compreensão sobre dinossauros
Fóssil pode auxiliar na compreensão sobre dinossauros
Antes de mais nada, um fóssil localizado em uma região próxima do município de Coração de Jesus (MG) pode auxiliar na compreensão sobre dinossauros que viveram no planeta no período de 65 a 145 milhões de anos atrás. Encontrado por pesquisadores vinculados ao Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e ao Museo Paleontológico Egidio Feruglio, da Argentina, a espécie foi batizada de Spectrovenator ragei (caçador fantasma, em tradução livre) e pertence à família de terópodes Abelisauridae, que viveu no período Cretáceo, o último da Era Mesozoica.
Conforme detalha a equipe de cientistas em artigo publicado no períodico Comptes Rendus Palevol, disponível em inglês, a família dos abelissaurídeos desempenhou papel central entre predadores durante a reta final do período Cretáceo. Os pesquisadores ressaltam que o espécime achado tem enorme valor por ser raro. Segundo eles, embora seja mais fácil resgatar materiais bem preservados da etapa final desse período, restam poucos intactos que permitam um estudo sobre os ciclos anteriores. Desse modo, o entendimento sobre como a linhagem de abelissaurídeos se desenvolveu ao longo do tempo fica limitado, já que parcela das referências sobre as fases iniciais acaba se perdendo.
O esqueleto recuperado no interior de Minas Gerais estava praticamente completo, de modo que os pesquisadores puderam coletá-lo como um bloco único. Parte do esqueleto, descrevem no artigo, foi parcialmente preparado ainda durante o trabalho de campo, enquanto o resto da matriz rochosa foi posteriormente removido no Laboratório de Paleontologia do Museu de Zoologia da USP.
Característica mais marcante
Uma das características mais marcantes dos abelissaurídeos é o par de membros anteriores bastante reduzidos. Outro aspecto que os distinguia era o fato de possuírem uma das estruturas cranianas mais especializadas entre os os dinossauros carnívoros, com um crânio largo, região occipital alta e articulação intramandibular altamente cinética.
Foto: © Muséum National d’Histoire Naturelle
Fonte: EBC