Reunião marca comemoração pelo Dia Internacional de Combate à Homofobia
Dia Internacional de Combate à Homofobia
A Prefeitura de Maricá, através da Coordenadoria LGBTI (vinculada à Secretaria de Participação Popular, Direitos Humanos e Mulher), realiza na próxima quinta-feira, dia 20/05, uma reunião com representantes das entidades da sociedade civil e do governo. O encontro acontece a partir das 14h na Casa dos Conselhos e tem como objetivo comemorar o Dia Internacional de Combate à Homofobia, um marco de luta e vitória para os que buscam a igualdade de gênero celebrado nesta segunda-feira (17/05).
“Para nós, essa data é muito importante porque até 1990 toda pessoa homossexual podia ser internada pela sua família, porque a homossexualidade era doença como alcoolismo. Então, foi uma vitória do progresso, dos direitos humanos, da cidadania para as pessoas LGBTI a retirada da homossexualidade do hall de doenças. Não somos mais tipificados como doentes. Não somos aberração. Nossos corpos tem todo o direito de existência”, explica o coordenador municipal LGBTI de Maricá e do Fórum LGBTI, Carlos Alves.
Segundo ele, ainda existe uma campanha de ódio e violência muito forte. Então, no encontro a violência também será um tema abordado.
“Em menos de um ano, Maricá contou com dois assassinatos, o de Márcia Shokena mulher trans (14/06/20) e o de Márcio Veloso (01/04/2021), cabeleireiro e servidor da Secretaria do Idoso. Por isso, é preciso uma campanha para combater a LGBTIfobia, um sentimento muito claro de preconceito, assim como o machismo”, esclareceu o coordenador.
A preparação do Conselho LGBTI que a Câmara acabou de aprovar e a lei é uma iniciativa da Prefeitura; as campanhas desse ano, os serviços e os bancos de empregos e elementos que estão constituindo para defender a comunidade diante do desemprego também estarão em debate.
“Porque ela ainda sofre muita discriminação. Ninguém quer empregar uma mulher trans, uma lésbica, um gay. Ainda existe um estereótipo muito radicalizado na sociedade que nós estamos aos poucos tentando remover. Estamos avançando e queremos a cidadania dessa comunidade, o respeito aos nossos corpos, à orientação sexual e a identidade de gênero das pessoas LGBTIs para que tenham acesso ao trabalho, a cidadania e o respeito às suas famílias”, garantiu Carlos Alves, destacando que desde o início da pandemia foram arrecadados e doados para os atendidos, quase 4 toneladas entre alimentos, produtos de higiene e limpeza.
Vale ressaltar que a Prefeitura mantém desde 2013 o programa Maricá Sem LGBTIfobia, através de ações de apoio psicológico, acolhimento, assistência jurídica e atendimentos nas áreas de saúde, segurança, educação, trabalho e renda, cultura e manifestações sociais culturais da comunidade às pessoas LGBTIs. Para isso, conta com a parceira de órgãos municipais, estaduais e organizações da sociedade civil.
É que apesar de há 41 anos, a OMS através da lei nº 7.716, de 05/01/1989, ter declarado que a homossexualidade era normal e quem praticasse, induzisse ou incitasse discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, orientação sexual, identidade de gênero poderia ser preso de dois à cinco anos e ainda pagar multa; e o STF ter enquadrado a homofobia e a transfobia como crimes de racismo em 13/06/2019, os assassinatos por homofobia no Brasil ainda acontecem frequentemente. À cada 23 horas, uma pessoa é assassinada.
Foto: Divulgação – Prefeitura