Programa Mais Médicos: 84% vagas definidas e inscrições prorrogadas
Programa Mais Médicos já registra 84% das vagas definidas
Até o terceiro dia de inscrição do Programa Mais Médicos, cerca 84% das vagas definidas no novo edital do programa já tinham sido preenchidas. No balanço divulgado na quinta (23), 19.994 médicos com CRM Brasil ou que revalidaram o diploma no país já tinham feito a inscrição, segundo o Ministério da Saúde.
Desse total, 13.341 foram efetivadas e 7.154 profissionais já estão alocados no município para atuação imediata. Na apresentação ao município, que vai até 14 de dezembro, os médicos devem apresentar todos os documentos exigidos no edital. As inscrições vão até 7 de dezembro pelo site do programa.
Segundo o ministério, ao contrário do primeiro dia de inscrições, quando houve dificuldade de acessar o site devido a uma instabilidade causada pelo número alto de acessos: no momento da abertura das inscrições para o novo edital, o Sistema do Programa Mais Médicos recebeu mais de 1 milhão de acessos simultâneos.
De acordo com a pasta, para efeito de comparação, isso é
“mais que o dobro do número de médicos em atuação no país. A alta procura dos profissionais e os ataques cibernéticos ao sistema de inscrição provocaram lentidão no sistema. Por isso, o Ministério da Saúde prorrogou as inscrições”.
Hoje o sistema está estável.
Neste edital do Programa Mais Médicos são ofertadas 8.517 vagas. Com efeito, vagas para atuação em 2.824 municípios e 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Por certo, vagas que antes eram ocupadas por médicos da cooperação com Cuba.
Inscrições para Mais Médicos prorrogadas: Ataques cibernéticos ao sistema motivaram adiamento do prazo
Inicialmente estavam revistas para terminar no próximo domingo (25). Contudo, o Ministério da Saúde prorrogou as inscrições para a nova seleção de profissionais no Programa Mais Médicos. O anúncio foi feito nessa quinta (22) pelo ministro da Saúde, Gilberto Occhi, em Petrolina (PE).
Por meio de nota, a pasta informou que a decisão foi tomada em razão da alta procura por parte dos médicos. Acrescente-se também os “ataques cibernéticos” ao sistema de inscrição.
“Apesar dos ataques, não houve invasão, mas isso acaba tornando o sistema mais lento. Por isso, estamos estudando nova data de efetivação das inscrições”, disse o ministro.
De acordo com o comunicado, a prioridade das vagas será mantida para médicos formados no Brasil. E, da mesma forma, para os que revalidaram o diploma no país.
“O departamento de Informática do SUS [Sistema Único de Saúde] identificou a maior parcela dos robôs e máquinas programadas que promoveram os ataques ao site do Mais Médicos. Na manhã da quinta-feira (22), a equipe de segurança do sistema atuou. Dessa forma, isolaram e protegeram a rede desses ataques”, completou o ministério.
Histórico do Programa Mais Médicos
O programa foi criado em 2013, na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, para levar médicos a regiões distantes e periferias do país. A vinda dos médicos cubanos foi acertada por meio de convênio firmado entre os governos brasileiro e de Cuba. De certo, os governos firmaram convênio por meio da Organização Pan-americana de Saúde (Opas). A priori, o convênio dispensava a validação do diploma dos profissionais. Na ocasião, o acordo foi questionado por entidades médicas brasileiras.
Atualmente, conforme dados do ministério, o programa tem 18.240 médicos trabalhando em 4.058 municípios e 34 distritos sanitários especiais indígenas.
Descontinuidade do Programa Mais Médicos
Antes de mais nada, no período eleitoral, Jair Bolsonaro disse que pretendia manter o programa. Entretanto, seria mantido sem viés ideológico e com comprovação de capacidade técnica para o trabalho a ser desempenhado. Segundo ele, o conceito do programa social vai além da questão de saúde.
Posteriormente, o presidente eleito Jair Bolsonaro reiterou, em sua conta do Twitter, posição em relação ao programa. Com efeito, publicou que a permanência dos cubanos se condicionava à realização do Revalida pelos profissionais. Em outras palavras, à realização de exame aplicado aos médicos que se formam no exterior e querem atuar no Brasil.
“Condicionamos à continuidade do programa Mais Médicos a aplicação de teste de capacidade, ao salário integral aos profissionais cubanos, hoje maior parte destinados à ditadura. Como também a liberdade para trazerem suas famílias. Infelizmente, Cuba não aceitou”, disse o presidente eleito, na rede social.
“Além de explorar seus cidadãos ao não pagar integralmente os salários dos profissionais, a ditadura cubana demonstra grande irresponsabilidade ao desconsiderar os impactos negativos na vida e na saúde dos brasileiros e na integridade dos cubanos”, publicou mais tarde.
Para as autoridades cubanas, o governo eleito questiona a preparação dos médicos ao exigir que eles se submetam à revalidação do título para serem contratados. Em documento enviado pelo Ministério da Saúde de Cuba, as autoridades cubanas ressaltam que o acordo do Mais Médicos foi ratificado em 2016. No comunicado, afirmam que questionar a capacidade dos profissionais do país é indigno.
“Não é aceitável questionar a dignidade, o profissionalismo e o altruísmo dos colaboradores cubanos.”
Saída dos médicos cubanos
Consequentemente, o governo de Cuba informou na passada quarta-feira (14) que deixaria de fazer parte do programa Mais Médicos. De acordo com o Ministério da Saúde cubano as exigências feitas pelo governo eleito são “inaceitáveis” e “violam” acordos anteriores.
Por conseguinte, de acordo com a Opas, cerca de 8.300 médicos cubanos deixarão o país, de forma gradual, até o dia 12 de dezembro. Os voos sairão de Brasília, Manaus, São Paulo e Salvador, nos próximos dias, com destino a Havana.
De fato, disse, o ministro Gilberto Occhi , em entrevista coletiva na segunda-feira (19) falou sobre o novo edital do programa Mais Médicos. Segundo Occhi, a Força Aérea Brasileira (FAB) e o governo federal não vão participar do processo de saída dos médicos cubano. De acordo com o ministro, essa tarefa cabe ao governo de Cuba.
“Pelo acordo, todos eles teriam direito ao retorno, a passagens, a férias e tudo o mais. Agora, como essa decisão partiu unilateralmente do governo cubano, que comunicou a Opas (Organização Pan-americana de Saúde), que nos comunicou, essa despesa toda é do governo cubano”.
Fonte: EBC