Maricá desenvolve ônibus híbridos e com energia limpa
Ônibus híbridos em Maricá
No dia em que Maricá comemora 208 anos, a Prefeitura apresentou nesta quinta-feira (26/05) para a população um protótipo dos três ônibus híbridos, movidos a eletricidade, a hidrogênio e a etanol que entrará na etapa de testes e circulará pela cidade.. A iniciativa inédita em gestão pública no país permitirá ao município receber royalties pela propriedade da patente tecnológica desenvolvida a partir da parceria com a COPPE/UFRJ.
A demonstração aconteceu na Praça Orlando de Barros Pimentel, onde o protótipo carbono zero dos novos “vermelhinhos” – como são chamados pela população de Maricá os ônibus gratuitos pintados de vermelho – se manteve estacionado e à tarde seguiu para a Rodoviária do Povo de Maricá, no Flamengo, para o “rolezinho da sustentabilidade” e explicação técnica sobre o projeto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O veículo ficará na rodoviária até domingo (29/05), as 14h as 17h.
Maricá sustentável
O prefeito Fabiano Horta falou do desenvolvimento do município visando a sustentabilidade.
“O que estamos fazendo aqui hoje é nos desafiar na construção de que mundo nós queremos para o futuro? O mundo precisa mudar a sua matriz energética e desenvolver uma nova cadeia que dialogue com a sustentabilidade, a eletricidade e o hidrogênio. E viemos aqui hoje em praça pública dizer que a cidade de Maricá resolveu construir um processo comum de olhar para o futuro”, afirmou o prefeito.
Ô ônibus híbrido não polui o ambiente e tem maior aproveitamento de energia produzida em comparação aos usuais veículos que fazem combustão interna e usam apenas 15% do potencial energético do combustível.
Cidade vive presente, mas age pensando o futuro
Além de favorecer o meio ambiente, a iniciativa vai gerar recursos financeiros para Maricá com royalties e vendas futuras. O projeto envolve três estruturas da Prefeitura em seu desenvolvimento: Secretaria municipal de Desenvolvimento Econômico; Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM); e Empresa Pública de Transportes (EPT).
O diretor-presidente da ICTIM, Celso Pansera, destacou um fator importante na forma de contração para o desenvolvimento da tecnologia.
“Estamos usando uma legislação que não é hábito dos municípios utilizarem que é Lei de Inovação e o Código Nacional de Ciência e Tecnologia para fazer compras públicas e inovar essa compra. Não é só comprar, é criar produtos, sistemas, inovação para trazer desenvolvimento”, declarou.
Vermelhinho Sustentável
Todos os veículos serão elétricos e, uma parte deles, poderá também usar hidrogênio e etanol como combustível – motivo pelo qual são considerados híbridos. Após período de testes, que deve durar 24 meses, Maricá vai escolher o modelo de ônibus a ser adotado no processo de descarbonização da frota municipal: se apenas elétrico ou híbrido, ou com ambos em circulação.
“A partir daí, entramos na fase da industrialização que é quando começaremos a montar os ônibus e substituir a nossa frota dos ônibus ‘Vermelhinhos’. A meta junto da Empresa Pública de Transportes (EPT) é que tenhamos, até 2038, 100% da nossa frota limpa, utilizando os ônibus desenvolvidos pela UFRJ e produzidos por nós aqui mesmo em Maricá gerando emprego e renda”, enfatizou o secretário de Desenvolvimento econômico, Igor Sardinha.
ONU recomenda substituição de combustíveis fósseis
A iniciativa de Maricá busca atender recomendações da ONU. A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26) estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura global a um nível inferior a 1,50 grau centígrado.
Para isso, é necessária a eliminação gradual de subsídios aos combustíveis fósseis e a troca por fontes de energia limpa. O projeto dos ônibus elétricos e movidos a hidrogênio e etanol atende a essa expectativa.
Celso Pansera, diretor-presidente ressalta que a iniciativa da gestão municipal chega em forte momento dos debates mundiais sobre avanços na utilização de energias renováveis em ambientes urbanos.
“Estamos buscando uma matriz limpa, na qual o único descarte é a produção de água. Queremos criar um ambiente inovador, em um contexto mundial de busca por alternativas sustentáveis para o planeta”, afirma.