Inova Agroecologia promove Dia de Campo: Cana-de-açúcar no Espraiado
Projeto da Biotec e Codemar com UFRRJ incentiva produção da planta em Maricá a partir de seleção genética
Agricultores do município de Maricá terão a oportunidade de participar, no sábado (11/03), do Dia de Campo: Cana-de-açúcar, na Fazenda Pública Joaquin Piñero, no Espraido. Evento é promovido pela Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá), por meio da Biotec Maricá, em parceria com o Inova Agroecologia (UFRRJ). O projeto tem o intuito de apresentar aos agricultores da cidade o canavial produzido pela equipe da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro de Campos dos Goytacazes, que realiza o estudo com a planta a fim de incentivar seu cultivo na cidade. As inscrições podem ser feitas pelo link
“O Inova é um programa que permitirá selecionar cultivares economicamente relevantes para recompor a base produtiva da agricultura de Maricá, permitindo reorganizar o setor gerando mais renda e empregos no município. Esse experimento faz parte dessa estratégia”, enaltece o presidente da Biotec, Eduardo Britto.
Atualmente, a área experimental do plantio conta com dez variedades da cana-de-açúcar em fase de estudo, que começou há um ano. As que responderem melhor as condições climáticas de Maricá, serão, futuramente, repassadas aos produtores rurais da cidade.
“A cana-de-açúcar é uma cultura presente em mais de cem países ao redor do mundo e, no Brasil, movimenta bilhões por ano. Isso significa que há muita tecnologia, geração de empregos e desenvolvimento econômico, social e sustentável envolvidos no cultivo da cana e nos processos relacionados a ele. Produto extremamente versátil e grande protagonista no setor sucroenergético, serve de matéria-prima para diversos setores, sendo os principais produtos feitos a partir da cana-de-açúcar: o açúcar e o álcool”, conta o engenheiro agrônomo e coordenador de campo do Inova, Josimar Nogueira.
O engenheiro agrônomo ainda explica que esses dois insumos (açúcar e álcool) podem ser utilizados em uma série de outros bens de consumo e inovação em produtos de valor agregado, como é caso desse estudo na Fazenda Joaquin Piñero.
“Aqui o canavial é conduzido de forma sustentável e orgânica, o que confere à cana-de-açúcar um enorme potencial produtivo”, ressalta.
Na programação, os participantes terão a oportunidade de conhecer o canavial através do conhecimento técnico dos engenheiros agrônomos responsáveis pela plantação, que, divididos em quatro estações, irão explicar a morfologia e ciclo da cultura; solo, adubação, plantio, mudas, como tratar o canavial, controle de pragas/doenças, emprego de insumos; e indicação de variedades da cana-de-açúcar para diferentes usos, como caldo, alimentação animal, cachaça, entre outros.
A produção de cana-de-açúcar pode ser usada para qualquer finalidade, não somente para as usinas de açúcar e etanol. Entre meados do século XVIII e meados do século XX, Campos dos Goytacazes figurou entre os principais produtores de açúcar do Brasil, tendo sido o maior produtor nas primeiras décadas do século passado através da indústria sucroalcooleira.
Pesquisa canavieira da UFRRJ
A Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, instituição centenária e uma das pioneiras do ensino, pesquisa e extensão em Agricultura, visando a manutenção da pesquisa canavieira no estado do Rio de Janeiro – que sofrera interrupção com a extinção do Instituto do Açúcar e do Álcool -, incorporou, em 1990, a antiga Coordenadoria Regional Leste do IAA-Planalsucar, criando o atual campus em Campos dos Goytacazes, além de fundar com outras seis universidades federais a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa), que reúne os Programas de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (PMGCA).
O PMGCA da UFRRJ atua nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, nordeste de Minas Gerais e sul da Bahia e para obter novas variedades e vem, anualmente, realizando hibridações com centenas de materiais genéticos de alto potencial, constantes dos Bancos de Germoplasmas da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) e da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Esses novos clones, são testados em várias fases num processo que pode chegar a quinze anos. O trabalho do PMGCA também inclui todo o intercâmbio de clones e variedades das dez universidades federais que compõem a Ridesa, permitindo que as novas variedades RB sejam rapidamente difundidas por todas as unidades produtoras parceiras. O trabalho de melhoramento genético, iniciado na década de 1970, deu origem a cinco novas variedades de cana, que tiveram importância no sistema de produção local.
Programação:
A partir de 7h30 – Cadastramento e café da manhã
8h30 – Introdução e distribuição dos participantes em grupos
9h – Apresenta das estações no campo e divisão dos participantes em 4 grupos. As apresentações ocorrerão simultaneamente e terão duração de 30 minutos com cada grupo.
Foto: Divulgação
Fonte: Codemar