Heróis Quilombolas Ganham Exposição Inédita na Festa Literária de Maricá
Mostra retrata, em peças confeccionadas em fibra de vidro e tamanho natural, personagens esquecidos pela história da escravidão brasileira
A Festa Literária Internacional de Maricá (Flim) recebe uma exposição inédita no Estado do Rio de Janeiro: “Heróis Quilombolas, Objetos de Suplício, Rugendas e Debret”, que conta a história esquecida de heróis quilombolas que enfrentaram a escravidão. A nona edição da Flim acontece na orla do Parque Nanci, entre os dias 1º e 10 de novembro.
A exposição resgata um dos momentos mais dramáticos das lutas pela libertação dos escravos, forçando o parlamento da época em apressar a abolição da escravidão. Ao todo, são 50 peças confeccionadas em fibra de vidro pelo artista plástico Jonas Conceição, sendo 13 dos heróis quilombolas, em tamanho natural. As esculturas são do acervo do ÁfricaBrasil Museu Intercontinental, instalado no Porto de São Mateus, município na região norte do estado do Espírito Santo.
As esculturas representam os mais importantes personagens dessas lutas, com as cenas baseadas nas gravuras de Rugendas e Debret, o cenário predominante na maior parte das cidades brasileiras. Já os objetos de suplício, criados para castigar e intimidar os escravos que se rebelavam – além da emblemática figura do Capitão do Mato – também ganham destaque nessa contação da “história esquecida”.
Para o colecionador Maciel de Aguiar (proprietário das peças), a África não apenas cedeu a força muscular de mulheres e homens levados de suas tribos para construir a riqueza de várias nações, mas também para uma gama de conhecimentos, tradições e culturas que compõem o extraordinário legado de um povo tolerante, inventivo e criativo.
“A exposição é um mergulho nos acontecimentos do Século XIX e que muitas vezes não aprendemos nos livros escolares, mas que nos oferece a possibilidade de um maior conhecimento dos fatos que marcaram a história do Brasil. Para cada peça que estará exposta na Flim, há um livro que conta a história, através da oralidade, que a historiografia oficial omitiu”, disse o curador da exposição, Adriano Queiroz.
Heróis negros