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Biotec Maricá investe na produção de tomates secos em apoio à agricultura familiar

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Produção de tomates secos

O excedente da produção de tomates, um alimento que é facilmente perecível, pode virar uma dor de cabeça para os pequenos agricultores. Se não comercializar rapidamente, o risco de perder parte da colheita é alto. Para evitar o desperdício e encontrar uma solução rentável para quem produz, a Biotec Maricá, uma empresa subsidiária da Codemar (Companhia de Desenvolvimento de Maricá), quer dar aos produtores rurais da região a opção de transformar o excedente em tomates secos.

 

A iniciativa faz parte do projeto Inova Agroecologia, que desenvolve, em conjunto com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), diversas tecnologias de apoio à agricultura familiar na cidade. Para o presidente da Biotec Maricá, Eduardo Britto, o objetivo é introduzir na cidade o cultivo com valor agregado.

 

“Vamos estabelecer um mercado estratégico, valorizando os produtos e fazendo que tenhamos uma gastronomia que atenda melhor a população de Maricá, além deles decidirem as variedades que desejam”, reitera Britto.

 

A produção do tomate seco “made in Maricá” é uma parceria com a Secretaria Municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca e está na fase de estudos na Fábrica de Desidratados Prefeito Édio Muniz, no bairro Ubatiba. Três variedades de tomates, de diferentes regiões, estão sendo testadas para verificar a acidez, doçura, tamanho, pigmentação e sabor.  A ideia é que o tomate seco seja produzido em escala comercial a partir do ano que vem, com primeira colheita local em março de 2023, na Fazenda Joaquim Pinerõ.

Muito apreciado por seu sabor, seja in natura ou processado, o tomate se destaca como uma das hortaliças mais consumidas aqui ou no exterior. O Brasil é o 9º maior produtor no mundo. Segundo o coordenador do projeto, o engenheiro agrônomo e professor da UFRRJ, João Araújo, o objetivo é estimular a diversidade de produção e fomentar o interesse da gastronomia da cidade em comprar estes produtos do pequeno produtor. “A proposta do projeto Inova é fazer uma conexão com a gastronomia do município. Em outro momento, iremos convidar chefs dos principais restaurantes de Maricá para fazer degustação durante a colheita no plantio de 2023, em que teremos a possibilidade desses chefs direcionarem quais seriam as dez variedades que desejam que sejam produzidas e, dessa forma, vamos conectar os produtores com empresários da gastronomia, criando mercado que vai poder agregar renda aos produtores do município de Maricá”, salienta Araújo.

Fábrica de desidratados

Com etapas do processo em que são levadas em consideração a temperatura, tempo, umidade, corte, preparação, pré-tratamento, imersão e descascamento, os tomates dividem, na fábrica, espaço com outras produções.
“Produzimos aqui na fábrica bananas prata e nanica desidratadas, além do  aipim  processado. E já fizemos testes com outros produtos, como abóbora, batata doce, chuchu e  poupa de goiaba. Estamos iniciando os testes com os tomates desidratados com algumas variedades nesta parceria com o Inova, identificando qual é a melhor cultura para o clima de Maricá, assim como de maior produtividade e rendimento, justamente beneficiando o produtor. Pensamos em toda cadeia, desde o agricultor que colhe até a finalização e a distribuição do produto, agregando valor, aumentando sua vida de prateleira e aumentando o lucro do produtor rural de Maricá”, explica a engenheira de alimentos da fábrica de desidratados, Laís Vitor.

Criada em maio de 2021 pela secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca originalmente após uma demanda de um produtor local de tomate, o principal objetivo da fábrica de desidratados é prolongar o tempo de validade dos alimentos, para que os produtores possam ter seu produto disponível para comercialização por mais tempo.

Agricultores de Maricá aprendem técnicas do cultivo de tomate na UFRRJ, em Seropédica

Em setembro, o projeto Inova Agroecologia promoveu um dia de campo em plantações de tomates especiais e pimentas variadas para agricultores de Maricá, no Campo Experimental de Horticultura do campus da UFRRJ, em Seropédica, aprendendo técnicas de produção de muda, estaquia (método de reprodução que consiste no plantio de pequenas estacas de raízes ou folhas), enxertia (união dos tecidos de duas plantas). Também tiveram a oportunidade de conhecer a coleção de tomates do Departamento de Fitotecnia da UFRRJ com mais de 300 itens e 60 variedades de tomateiro. A coleção foi criada há 20 anos pelo professor Antônio Abboud.

“O tomate é o primeiro produto deste arranjo produtivo que estamos criando em Maricá, introduzindo as variedades com ajuda dos produtores que testam as que mais se adaptam e gostam para o consumo e ao processamento. A gente tenta conectar o trabalho da universidade com os produtores e dos produtores com o processamento e o consumo”, finaliza o coordenador do Inova e professor titular no Departamento de Fitotecnia da UFRRJ, Antonio Carlos de Souza Abboud.

Foto: Leonardo Fonseca

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