Torneio de pesca esportiva com tarrafa movimenta Boqueirão
Prática da pesca artesanal é uma das características de Maricá
Para participar, os 20 inscritos seguiram regras, entre elas utilizar malha com tamanho mínimo de 25mm e ter o registro de atividade pesqueira(RGP). Além de pescadores autônomos, a Colônia de Pescadores ‘Z7’ inscreveu diversos integrantes no torneio, que contou com feira de artesanato e gastronomia e música ao vivo.
“Com esse evento, fomentamos a pesca artesanal em nossa cidade, valorizando a profissão. Hoje conseguimos pescar cerca de 20 quilos de peixe que irão para doação. O próximo torneio acontece em breve em Ponta Negra”, conta a Coordenadoria de Pesca Esportiva e Amadora de Maricá, Rosana Oliveira.
Na competição, cada pescador tem a oportunidade de jogar a tarrafa dez vezes. Ganha quem pegar mais peixes. A iniciativa teve premiação do 1º ao 10º lugar e também o troféu “Pega Nada” para os competidores que zeraram a prova.
Em 1º lugar, com 12 peixes, o pescador Charles do Amparo, se consagrou bicampeão da competição, já que também ganhou a primeira etapa do torneio realizada em maio, em Bambuí. Para o 2° lugar, houve um empate técnico: Maximiliano da Silva Matos, que pescou 8 unidades, levou a melhor no desempate, deixando o 3º lugar para Renan Rodrigues.
Cultura de pai pra filho
A cultura da pesca passa de geração para geração e é com ela que muitas famílias tiveram renda. É o caso do Salvador Machado Neto, 70 anos, sendo 60 deles dedicado à pesca, feito que aprendeu com seu pai, Constantino, e seu avô.
“Sustentei minha família com a pesca artesanal. Foram três filhos criados com o alimento proveniente das lagoas de Maricá. Na década de 60, eu e meu pai saiamos de Cordeirinho montados no burro e levávamos para vender no Mercado São Pedro, em Niterói”, conta.
Toda a família é de Cordeirinho e, atualmente, seu filho, Edson Machado, 58 anos, continua com o legado familiar, pescando diariamente entre Boqueirão e Ponta Negra.
Pesca em Tarrafa
Jogar uma tarrafa exige prática e técnica, já que para concluir a missão da pescaria com êxito, é necessário que a rede de pesca circular, arremessada com as mãos de tal maneira que esta se abra o máximo possível antes de cair na água. Ao entrar em contato com a água, a rede afunda imediatamente, enroscando assim os peixes na malha ao puxar.
Foto: Paulo Avila
Fonte: Codemar