Comitiva LUPPA/Embrapa visita Fazenda Pública e Fábrica de Desidratados de Maricá
Grupo participou de colheita e também registrou a entrega de hortaliças à instituição para idosos do Espraiado
A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Pesca, apresentou, nesta quarta-feira (12/04), à comitiva da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Laboratório Urbano de Políticas Públicas Alimentares (LUPPA), que visita a cidade, a Fazenda Pública Joaquín Piñero, no Espraiado, e a Fábrica de Desidratados Prefeito Édio Muniz, em Ubatiba. Na primeira, o grupo participou de uma colheita de hortaliças que teve parte doada à instituição para idosos Casa Rosa Dutra, também no Espraiado. Depois, foram conhecer como é o processo de desidratação dos horti-fruti que passam pela fábrica.
Todas as visitas foram registradas em vídeo pela equipe, que fica na cidade até esta sexta-feira (14/4), e as imagens serão anexadas a um relatório a ser entregue às instituições envolvidas no projeto ‘Diálogos União Europeia-Brasil: Cidades e Alimentação: Governança e Boas Práticas para alavancar os Sistemas Alimentares Urbanos Circulares’. A coordenadora da LUPPA, Francine Xavier, afirmou estar encantada em ver como a experiência de Maricá pode servir de exemplo para outras cidades.
“É incrível o que estamos vendo aqui, principalmente na área da agroecologia. Pudemos acompanhar essa colheita na fazenda e a entrega desses alimentos a uma casa onde residem quinze idosos, e também conhecemos essa fábrica de desidratados, que também contempla a questão agricultura familiar e evita desperdício de alimentos com a compostagem. O mais interessante é que vemos que existe na cidade vontade política e um grande esforço em implementar essa nova mentalidade”, observou ela.
Para a secretária de Agricultura, Pecuária e Pesca de Maricá, Mariana Principe, a estada do grupo em Maricá serve para uma troca de experiências que promete ser produtiva. “É sempre muito bom poder mostrar nossos projetos, e também é uma troca interessante com eles porque nos proporciona trabalhar novas ideias para o futuro”, avaliou Mariana. As equipes ainda devem registrar com fotos e vídeos os projetos agroecológicos existentes nas praças e o Restaurante Municipal Mauro Alemão.
Projeto da União Europeia em parceria com a Embrapa
A iniciativa, com reuniões virtuais, iniciou em janeiro. Pelo Brasil, participam as cidades de Maricá (RJ), Santarém (PA), Rio Branco (AC), Curitiba (PR) e Recife (PE). Já os representantes da Europa são Bruxelas e Gante (Bélgica), Valência (Espanha), Turim (Itália) e Montpellier (França). Em junho, está previsto um encontro na Europa com os municípios escolhidos, e em agosto será apresentado o resultado final desse projeto, que é desenvolvido pela Delegação da União Europeia no Brasil, em parceria com a Embrapa, com apoio do Instituto Comida do Amanhã, da organização não-governamental Governos Locais para a Sustentabilidade – ICLEI América do Sul e a ONG WWF-Brasil.
O município se tornou referência mundial em agroecologia e agricultura urbana com as recentes participações em eventos internacionais, como o 8º Fórum Global do Pacto de Política Alimentar Urbana de Milão, realizado em outubro de 2022 no Rio de Janeiro, e a Conferência da ONU de Mudanças Climáticas, a COP27, que ocorreu em novembro, no Egito. O programa de cooperação reúne diferentes governos para trocar experiências sobre os desafios encontrados na estruturação de políticas públicas voltadas para sistemas alimentares saudáveis e sustentáveis, por meio de workshops, mesas-redondas, desafios e diálogos imersivos.
Maricá é a capital dos jardins comestíveis
O projeto de jardins comestíveis — encontrados na Fazenda Municipal Pública, em praças agroecológicas de Araçatiba, Guaratiba, Parque Nanci, Itapeba e Marine (São José do Imbassaí) e nas hortas urbanas vizinhas ao asfalto – tornaram o município uma referência em segurança alimentar. Nesses locais são produzidos alimentos sem agrotóxicos e que podem ser colhidos de graça por moradores e turistas.
Além disso, Maricá aplica um viés educativo: os moradores ganham sementes, adubos e têm aulas sobre como cultivar diferentes produtos e garantir os alimentos em sua própria casa nas edições do projeto Sábado Agroecológico, que acontece todo primeiro sábado do mês.
Foto: Anselmo Mourão
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