Moraes manda ao TSE provas do inquérito das fake news contra chapa Bolsonaro e Mourão
Inquérito das fake news apura financiamento empresarial ilegal ao disparo de informações falsas que ajudaram Bolsonaro
Documentos do inquérito das fake news levantados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foram compartilhados na terça-feira (13) pelo ministro Alexandre de Moraes com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As novas provas foram acumuladas no processo relatado por Moraes, que envolve rede bolsonarista na promoção de atos contra o STF e o Congresso.
Desse modo, o TSE recebe novos elementos no processo que apura a existência de redes de disparos em massa de fake news de modo ilegal durante as eleições de 2018.
De acordo com as denúncias encaminhadas ao TSE, o esquema operado nas última eleição presidencial teria sido ilegalmente financiado por empresários, por meio de recursos não declarados.
O esquema compreenderia, então, duas ilegalidades. Uma, a captação de dinheiro de empresas para campanha eleitoral, o que é vetado por lei.
E outra, a formação de caixa dois para esse fim: disseminação de informações falsas em favor de Bolsonaro e contra seus adversários. Com isso, além de pôr em xeque a eleição de Jair Bolsonaro, o processo em curso questiona a chapa completa – ou seja, inclui também a cassação do vice Hamilton Mourão.
Pressão por todos os lados
De acordo com a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, Moraes não despachou no caso especificamente. Mas autorizou o envio de provas das investigações mais sensíveis ao presidente.
No fim de semana, o ministro do STF já havia decidido encerrar o processo sobre a promoção dos atos antidemocráticos para juntar o volume de denúncias a um novo inquérito aberto, sobre a indústria das fake news e a existência de um gabinete do ódio.
As operações também seriam financiado com recursos clandestinos de empresários bolsonaristas, que também são investigados
Superinquérito
Com o compartilhamento de provas, o ministro Alexandre de Moraes coloca a Polícia Federal no encalço da família de Bolsonaro e de seus apoiadores em duas frentes, que devem avançar em 2022, ano eleitoral.
Segundo o jornal, na prática, a união dos casos resulta em um “superinquérito” com alvos todos próximos ao presidente.
A medida se soma a outros movimentos jurídico e políticos com potencial de atormentar Bolsonaro e seus movimentos golpistas. No Congresso, pairam sobre a Mesa Diretora da Câmara 125 pedidos de impeachment.
E não sabe até quando o presidenta da Casa, Arthur Lira (PP-AL) conseguirá segurá-los. Por outro lado, a CPI da Covid, no Senado já teria levantado material com potencial de imputar ao presidente crimes de prevaricação de de responsabilidade.
E, apesar do farto volume já levantado, a CPI ainda será prorrogada por mais 90 dias, a partir do início de agosto.
Ou seja, a comissão deve manter o governo Bolsonaro acuado. Além disso, após o seu encerramento, o Legislativo deve ainda retomar a CPI das Fake News.
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Fonte: Brasil de Fato