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Vender Eletrobras durante crise hídrica histórica é tiro no escuro, diz especialista

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Vender Eletrobras durante crise hídrica histórica é tiro no escuro

A crise hídrica que hoje ocupa as manchetes do país trouxe uma preocupação a mais para o atual árido contexto brasileiro: o risco de racionamento no consumo de energia a médio prazo. A projeção parte da análise da situação em que se encontram os reservatórios do subsistema que concentra 70% da geração hídrica do país.

 

 

Na última segunda (31), por exemplo, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), esses reservatórios, localizados nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, estavam com 32,2% de água. Cinco dias antes, o volume era sensivelmente maior, de 32,5%, enquanto um ano antes o armazenamento estava em 55%. Já é a maior estiagem dos últimos 91 anos.

 

 

 

“E a culpa não é de São Pedro”, conclui o engenheiro e professor do Grupo de Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Renato Queiroz. Atual conselheiro do Instituto Ilumina, ele aponta que o cenário brasileiro resulta não só da falta de chuvas nesses lugares, mas também da ausência de um planejamento adequado do país para se gerenciar esse tipo de problema ao longo da história.

 

 

“Houve uma falha pra se chegar a esta situação de agora. É uma falha que vem há anos, não é só deste governo, mas ele já podia ter alertado pra isso, já podia estar acompanhando. Não vejo atualmente uma estrutura bem coordenada pra levar isso”, avalia o especialista, que também é ex-engenheiro de Furnas, um dos braços da Eletrobras.

 

 

Em conversa com o Brasil de Fato a respeito do tema, Queiroz chamou a atenção para diferentes elementos que podem ampliar os riscos para o país em termos de segurança energética, e realçou: a privatização da Eletrobras pode ser um “tiro no escuro”.

 

 

Questões relacionadas ao acionamento de termelétricas, ao desmatamento da Amazônia e às mudanças climáticas também integram o rol da conversa com o especialista. Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

 

BdF – O país está vivendo uma crise hídrica de proporções históricas. Alguns especialistas têm dito que não veem risco de racionamento, mas o senhor tem apontado o contrário. Quais exatamente os elementos do cenário que lhe levam a essa projeção?

Estamos numa situação de acumulação de água nos reservatórios nas usinas brasileiras. Os reservatórios das usinas brasileiras têm os das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que são os principais. É a “caixa d’agua” do setor, no jargão do setor. Os níveis deles estão muito baixos, em torno de 35%. Então, já começa a comparar um pouco com 2001, em que tivemos aquele racionamentos.

 

 

Estamos no mesmo nível, tivemos uma estiagem muito grande no período úmido, que vai mais ou menos de dezembro a maio. E em abril choveu pouco. Foi um regime úmido não muito favorável. E temos um modelo – as regras que regem o setor elétrico e que foram implantadas nos anos 1990,1995 – de mercado que funcionou, mas que traz problemas e, ao longo dos anos, o país vem sempre se ajustando [a isso].

 

 

Esse modelo não foi alterado estruturalmente, e aí estamos também com mais esse elemento que tinha no racionamento de 2001. E temos ainda o problema da privatização da Eletrobras. Qual é o problema disso em relação a uma crise dessas?

 

 

Quando você sinaliza que vai privatizar uma empresa desse porte, que tem várias empresas controladas, subsidiárias, e com muitas instalações – ela hoje representa 30% da geração e quase 50% da transmissão [de energia] –, normalmente se tem uma estratégia de diminuir a capacidade técnica da empresa ou das empresas, porque a Eletrobras é um conjunto de empresas, e se começa a dar incentivos de aposentadorias, e aí vão perdendo uma capacitação técnica.

 

 

E o que é pior: eu vou investindo menos, porque interessa ao investidor comprar uma empresa com menos dívida. Então, na hora em que eu faço uma obra, uma hidrelétrica, por exemplo, eu vou fazer contratos, empréstimos, vou me endividar pra aplicar na minha obra, e isso diminui o valor da minha empresa. Então, geralmente eu tenho uma estratégia de diminuição de investimentos.

 

A estatal vem sofrendo problemas de caixa ou lucratividade?

A Eletrobras, segundo sabemos, tem R$ 14 bilhões em caixa. Ela deu valores significativos de dividendos ao seu acionista majoritário, que é o governo. Em muitas ocasiões, o que você faz? Muitas vezes, o próprio governo diz “reinveste esses dividendos em obras”, tem uma decisão gerencial ali, enfim. Mas eu não faço isso.

 

 

Então, eu paguei dividendos, investi menos, e o que acontece? Esse é mais um elemento de quando você está num regime de privatização. Você segura os investimentos da empresa. Isso tudo está igual a 2001 – estou respondendo sobre por que acho que temos sinalização de racionamento.

 

 

E por que “sinalização”? Porque pode chover muito em agosto, setembro, eu posso ter ali alguma variável que modifica [o cenário]. Naquela época, o meu consumo de energia era maior, era crescente, porque hoje nós estamos nesta crise econômica. Mas o setor elétrico pode ser o gargalo da economia [no futuro].

 

 

O que nós esperamos? Vai ter vacina, eu posso voltar a funcionar, posso melhorar a economia, etc., aí tenho uma perspectiva de melhorar e economia, mas eu [setor elétrico] posso ser um gargalo.

 

 

E aí, o que eu acho? Pode até não ter racionamento, se as minhas térmicas entrarem todas em operação e sustentarem ainda esse consumo, mas há uma perspectiva de crescimento desse consumo no segundo semestre. As pessoas estão se mexendo, mesmo com problemas de não se ter convivência social por causa da covid. Os comércios, a indústria estão tentando se mexer, gerar dinheiro.

 

 

Tenho perspectiva de no segundo semestre dar uma melhoradinha, e aí isso aumenta o consumo. Se eu chegar ao verão com temperaturas altas, é inevitável se ter gastos, com aumento de ar-condicionado, indústrias que precisam manter o ar, serviços, shoppings, etc., aumentando o consumo de ar. Então, acho que tem uma tendência também de aumentar o consumo e eu tenho perspectiva viável de um racionamento.

 

 

As térmicas que vão sobrar pra entrar nisso são caríssimas. O negócio é que o governo pode querer pesar, já está cobrando bandeira 2, e aí eu vou ter que racionar. Certamente, é mais um elemento ruim, porque já estamos numa crise sanitária, não tem vacinas, as vacinas não chegaram como o povo quer. As pesquisas estão dizendo que o povo quer vacina porque está com medo e já se chegou à conclusão de que a vacina evita muito a gravidade [da covid].

 

 

Então, tem isso, tem a crise economia e, se tiver uma crise de apagão, um racionamento… Muitas vezes, a distribuidora diz “não estou com energia”, então, corta a carga, aí [vem] o apagão. Por exemplo, o bairro X, bairro tal ficam todos sem luz. É uma falha técnica? O cara pode ter feito uma programação de não botar energia, então, tem os apagões localizados, o que nada mais é que um racionamento.

 

BdF – Há especialistas dizendo que pode haver um boom no uso de termelétricas no Brasil. Que tipo de atenção. Nos últimos dias, foi noticiado que o governo federal vai contratar a energia mais cara das termelétricas por causa da piora da estiagem. O que se vê adiante?

 

De saída, tem que ser entendido o seguinte: uma construção de uma usina termelétrica não vai resolver esse problema agora. São uns três anos pra botar uma térmica em pé. A questão do Brasil é a seguinte: essa direção é um caminho na contramão das políticas energéticas.

 

 

O grande diferencial que o Estado brasileiro montou ao longo dos anos, dos governos, através das estatais, sobretudo da Eletrobras, com o seu conjunto de empresas, foi estabelecer uma matriz energética limpa, e mais: com segurança energética.

 

 

Eu trabalhei em Furnas muitos anos, no planejamento, e a premissa básica é você ser independente energicamente, é você não ficar dependendo de algo importado. É uma premissa como se fosse do brasileiro engenheiro do setor elétrico. Quando tivemos, lá na ditadura, uma crise do petróleo – porque nós não produzíamos petróleo naquela época –, tínhamos um programa de etanol do álcool porque o governo disse “não podemos ficar dependentes disso”.

 

 

Mas e o gás? Bom, hoje eu tenho gás importado, que é o gás natural liquefeito (GNL), que coloco num navio, trago pra cá, se usa uma tecnologia e vira líquido. As térmicas hoje usam gás importado. Aí vem a pergunta: e o gás do pré-sal? É um processo pro qual eu faço um outro caminho do meu planejamento energético.

Então, se eu encher de térmicas, ele vai na contramão também porque hoje se faz um planejamento, em todos os países, pensando em segurança energética e em ter energia pro povo, pra indústria, pra sociedade, com a mudança climática.

 

 

Agora, eu tenho mudança climática, então, tenho que pensar na emissão. Se for encher de térmicas, vai ter fóssil. Então, é uma contramão das políticas energéticas defendidas pelos organismos que estudam o planejamento energético no mundo para os países.

 

 

Mas aí você diz “e eu não posso ter térmica?”. Pode ter uma base térmica, mas não fazer um programa de térmicas pra isso.  Tem que ter outra saída – renováveis, pequenas centrais hidrelétricas, eu posso aumentar [energia] solar, colocar nos reservatórios placas solares. Então, é incentivar os telhados solares, e não colocar regras que desestimulem.

 

BdF – A que nível de rigor o senhor acha que um eventual racionamento pode chegar no segundo semestre se a crise de fato piorar? Quais as variáveis que devemos observar até lá? É possível a gente traçar um paralelo entre essa situação de agora e o contexto que o Brasil viveu nos anos 2000, quando se chegou a registrar blecautes pelo país?

 

Não sei se será rigoroso. Vai depender das razões. Se eu admitir isso – porque, quando você admite, você toma as providências –, já poderia estar conversando com empresas, talvez uma grande produtora de energia, e [perguntando] “você pode deslocar sua produção?”. Ou seja, [buscar] medidas.

 

 

O residencial é útil porque o consumo médio brasileiro é baixo. Todas as residências têm eletricidade – o Brasil hoje é bem suprido. Pega o consumo e divide pelo número de residências, aí o consumo é baixo. E por que é baixo? Porque a renda brasileira é baixa, é muito pobre, etc.

 

 

Se você chega [num lugar de] classe média baixa e diz que vai ter que racionar energia, [a pessoa] pergunta “mas como, eu vou ter que desligar minha geladeira? Eu vou botar vela na minha sala? Não vejo televisão, não ligo ventilador?”. Não tem como você cortar. O cara que tem uma cobertura, por exemplo, pode dizer “não, eu pago, tenho dinheiro, sou rico”.

 

 

Então, fazer racionamento no residencial é uma coisa que tem ser muito bem administrada. No paralelo com 2001, foi criada na época uma espécie de comitê muito bem administrado, então, eles controlaram muito bem a energia. Houve uma estrutura pensada e conseguiram fazer a administração assim.

 

 

Vou ser franco com você: não vejo atualmente uma estrutura bem coordenada pra levar isso. Não vejo. Ainda não escuto, não vejo uma estrutura pra encarar isso.

 

 

Em 2001, chamaram a Eletrobras, que estava no processo de desestatização, não investindo, e o governo – na época, Fernando Henrique – teve uma sacada e disse “investe, começa a investir”. O privado não iria investir. O capital privado não é tão pujante no Brasil.

 

 

Ele vive do BNDES e, seja lá pelas construções do Brasil, seja como for, não é pujante, tanto é que, pra investir, já nos governos Lula e Dilma, criaram ‘cento e setenta e tantas’ empresas privadas pra fazer investimentos em energia elétrica com a participação da estatal, a Eletrobras.  Até com essas grandes usinas, como Belo Monte e tal… Quer dizer, não entra sozinho e assim mesmo tem que pegar [verba] do BNDES.

 

 

O paralelo que eu vejo é o seguinte: se o Senado aprova essa MP da privatização da Eletrobras, é um tiro no escuro. Eu digo a você sem qualquer ideologia: é uma inconsequência. Na hora em que estou numa crise sanitária, uma crise econômica, uma crise de possibilidade de falta de eletricidade, eu vou dar um tiro no escuro e ainda estou dizendo “vai melhorar”. Mas como? Olha o passado…

 

 

Isso é quase uma irresponsabilidade, porque vou criar incertezas, riscos, porque a Eletrobras não é uma fábrica de energia. É também uma fábrica de energia. Eu trabalhei nisso. Você tem que resolver também conflitos com pessoas que estão ali naquela região, tem que ter programas de pisciculturas, tem que ter irrigação [diante] do conflito com aquela água.

 

 

Então, o paralelo [com os anos 2000] que eu digo é o seguinte: não houve essa responsabilidade com a empresa. Sustaram a privatização da Eletrobras [na época], fizeram um comitê bem controlador daquilo. “Ah, mas deu problema”. Deu. Tivemos que pagar mais, que economizar energia, os comércios ficaram com problema, na indústria pequena deu problema. Teve isso tudo, mas [o Estado] tem que controlar, não pode ser algo solto.

 

 

Então, eu acho que posso perder o controle disso. Esse é o grande risco. A Eletrobras é um grande seguro. Esse somatório é o grande risco que a sociedade brasileira está correndo. Você imagina, nesta situação que estamos vivendo, você ter que desligar sua luz.

 

 

E ainda tem o desemprego. A própria classe média perdeu o emprego. Peguei o Uber na semana passada e o sujeito [motorista] era bancário. Ele vai pagar mais da conta? Agora a conta [de luz] vai pra estratosfera, e deve aumentar mais. E, se não aumentar a conta, eles podem criar um outro imposto e descontar do outro lado.

 

BdF – Qual seria a solução pra essa crise  de agora? Que cartilha adotar pra isso? Isso passa pela adoção de fontes alternativas, por exemplo?

 

Nesta crise agora, eu tenho que administrar, sentar e dizer “tenho que conversar com uma indústria aqui: você pode pegar a tua produção e, em vez de ser nesta hora, que gasta muita energia, empurrar pra madrugada?”.

 

 

Tem que pegar o consumo de energia, fazer um grande programa de eficiência energética, pedir pras pessoas economizarem luz – há um limite nisso, tem gente que não pode economizar nada, mas, enfim. São medidas como um antibiótico, pra você sair da repetição, porque eu não consigo construir uma usina pra botar [pra funcionar] agora.

 

 

“Ah, tem que ter mais [energia] eólica.”

 

 

Mas eu não consigo botar agora uma usina, não. Acho que tem que incrementar mais energia solar no país, sim, não só a de geração distribuída, aquela que tem nas nossas casas, condomínios, com telhado solar nos prédios. Você tem que implementar um programa, aí é [preciso] subsídio, é incentivo pra quem produzir e tentar desenvolver inovação.

 

 

Aí, é o seguinte: é a Eletrobras. As empresas da Eletrobras têm expertise em inovação. Por exemplo, Furnas tem laboratório que fazia trabalhos no exterior, tem laboratório de simulação de usinas, etc. Eu tenho que desenvolver inovação, mas estou [o Brasil está] tirando isso.

 

 

E todas essas empresas vivem com aporte de alguém. Existem, por exemplo, dois laboratórios americanos que são sustentados pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos. Você não faz pesquisa com investimento privado, que não vai botar [investimento em] um negócio que não sabe se vai ter o resultado.

 

 

E a Eletrobras fez e tem tudo isso. Então, é fortalecer uma empresa que tem o seguro do setor elétrico. Eu teria que incrementar inovações no setor elétrico, incrementar as fontes renováveis, e eu tenho outras [fontes]. Eu tenho, por exemplo, floresta energética, eu planto lá o bagaço da cana, tem outros tipos de bioenergia. E talvez a própria utilização da operação das hidrelétricas. Tem uma questão que deveria ser um pouquinho pensada.

 

 

E o quê mais? Discutir o roteiro do setor elétrico. A pergunta seria: por que implantamos um novo modelo se setor elétrico nos anos 1990? Estamos sofrendo essa angústia de “vai ter isso”, “não vai ter isso”, “a conta de luz vai aumentar”. Nós somos a segunda conta mais cara do mundo [em relação à carga tributária], segundo a Agência Internacional de Energia.

 

 

Então, por que eu implanto um modelo de mercado nos anos 1990? O que está errado? Teríamos que encarar os erros do modelo do setor elétrico. Porque, se não tiver isso, vão dizer que a culpa é de São Pedro. E a culpa não é dele, e sim de uma má gestão do planejamento para o setor.

 

 

Acho que a cartilha pra agora é sentar todo mundo na mesa e falar “olha, eu estou com o vírus aqui. Como é que vou coordenar isso? Vou sentar com a indústria?”, pra eu tentar empurrar [isso], até [chegar] um novo regime de águas, de chuvas. E isso pode atrasar, porque, quando se tem uma seca alta, normalmente as chuvas atrasam.

 

 

E me esqueci de dizer uma coisa muito importante: tem que acabar com o desmatamento da Amazônia. A Amazônia gera o que nós chamamos de “rios voadores”, que são gotículas d’água que ficam abastecendo de água outras regiões do Brasil. O desmatamento da Amazônia também é um dos motivos da nossa situação hídrica.

 

 

Esse plano que eu falo de desenvolver [energia] solar e outras fontes renováveis, de buscar o fortalecimento da Eletrobras, em vez de privatizar, [inclui também] acabar com o desmatamento. Isso influi nas chuvas em outras regiões – no Centro-Oeste, no Sudeste. O Inpe [Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais] tem avisado muito isso. Se não se fizer isso, coitados dos filhos e netos [desta geração atual]. A situação é muito preocupante.

 

 

E, finalizando, eu digo o seguinte: no paralelo com 2001, havia eleições presidenciais próximas também [naquela época], e os partidos que governavam o país perderam. Não estou dizendo que vão perder agora, mas estou dizendo que esta situação de racionamento, de falta de energia elétrica gera um custo político muito grande.

 

 

É importante que o poder dominante encare e comece a decidir [algo], porque as políticas do setor elétrico, sem uma visão de longo prazo, destroem a estratégia de atuação do Estado no setor. A eletricidade não é uma commodity, não é igual ao tomate, que se aumenta o preço quando não tem. A gente não vive sem eletricidade.

 

 

E mais: no mundo, a questão já não é mais o mercado. Hoje a questão é “como se pode ter segurança energética X mudança climática”. Essa é que é a discussão do planejamento, e não se a gente vai vender a empresa A ou a empresa B ou tirar o Estado e botar o mercado. Isso aí é uma coisa requentada. É um atraso de política.

 

 

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Fonte: Brasil de Fato

Edição: Vinícius Segalla

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