idosos e cuidadores

Pesquisador pede flexibilidade do governo para imunizar idosos e cuidadores

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Imunização de idosos e cuidadores

A gestão pública deve se sensibilizar e flexibilizar as exigências para vacinação de idosos e cuidadores de idosos contra a covid-19, defende o professor e pesquisador Daniel Groisman, da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV)/Fiocruz.

 

 

Os cuidadores de idosos começaram a ser vacinados nesta semana, por comporem grupo prioritário. Contudo, como a profissão é marcada por forte informalidade, os profissionais acabam não conseguindo comprovar o exercício da profissão, dificultando sua imunização.

 

 

“Quando se pede que as pessoas tenham que comprovar que exercem a atividade na área para terem acesso à vacinação, isso pode ser um obstáculo para que as cuidadoras tenham esse acesso, porque um grande número não possui carteira assinada, muitas são contratadas por casas de família, e o tipo de comprovação que elas poderão apresentar são declarações. Isso pode não ser aceito nos postos de vacinação”, explica.

 

 

O pesquisador pede maior tato aos gestores públicos. “É fundamental que a gestão pública se sensibilize, que oriente aos locais que aplicam vacina para que tenham uma sensibilidade no sentido de acolher as pessoas cuidadoras de idosas. Evitarem constrangimentos e obstáculos à imunização, quando esta estiver disponível, para que a gente possa proteger tanto as pessoas que cuidam quanto aquelas que são cuidadas”, defende.

 

Idosos em instituições de longa permanência

 

Além dos cuidadores, esta fase da vacinação também abrange idosos que vivem nas chamadas “instituições de longa permanência”. Groisman valoriza o passo à frente na imunização, mas ressalta que os idosos em instituições representam apenas 1% dos idosos brasileiros — ou seja, o alcance é mínimo.

 

 

“O fato de a gente não ter condições, neste momento, de expandir a vacinação para o conjunto da população idosa, ainda que estratificada em faixas etárias, é muito grave e impacta de forma muito severa na manutenção do alto índice de óbitos entre idosos e a população brasileira de forma geral”, lamenta.

 

Mobilidade urbana

 

O pesquisador reforça que, para alcançar todos os idosos, é preciso pensar em mobilidade, já que muitos moram em locais de difícil acesso ou têm movimentos comprometidos.

 

 

“É importante que se possa pensar, quando a vacinação vier a ser oferecida para a população idosa, que exista a opção da vacinação domiciliar para pessoas que tiverem esse tipo de dificuldade [dificuldade de locomoção]. Não podemos esquecer dessas pessoas”, diz.

 

 

Edição: Camila Maciel

Foto: Helena Pontes/Agência IBGE de Notícias

Fonte: Brasil de Fato

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