A inteligência artificial e seus efeitos na segurança pública
Amadurecendo a inteligência artificial
Atualmente, uma conjunção de novas tecnologias de inteligência artificial, que foram amadurecendo por anos, estão entrando em sua plenitude, adquirindo usos e se interconectando, o que por sua vez gera novas aplicações e seus efeitos na segurança pública por diversos produtos em uma espiral quase infinita.
Porém, com a aceleração da evolução tecnológica, poucas são as sociedades que conseguem manter dispendiosos setores para pensar o seu emprego estratégico.
A resultante dessa ausência de qualquer tipo de reflexão mais profunda para países em desenvolvimento como o Brasil é a constante adoção de tecnologias originadas das escolhas feitas por “think tanks” norte-americanos ou chineses, muitas vezes com graves consequências para os interesses nacionais.
O que é a IA?
Sobretudo, antes de considerar a questão da confiança na IA, é importante entender o caráter diversificado dessa tecnologia. A tecnologia de IA não é estática, e os rápidos avanços continuam a alterar os requisitos para entendê-la e determinar como a questão da confiança nesses sistemas deve ser tratada.
É possível encontrar vários termos para diferenciar entre os tipos e exemplos de IA com uma rápida busca na internet. Um meio útil de classificação, utilizado neste artigo, distingue entre a inteligência artificial estreita ou fraca (IA Estreita, ou artificial narrow intelligence — ANI) e a inteligência artificial geral ou forte (IA Geral, ou artificial generalized intelligence — AGI).
Todos os atuais sistemas de IA operam no campo da IA Estreita, em que o sistema se concentra apenas em tarefas limitadas.
O recurso Siri, da Apple, um dos sistemas de IA mais conhecidos, realiza um conjunto limitado de tarefas relacionadas aos produtos da empresa. Ou seja, os sistemas de IA Estreita apenas executam as ações para as quais foram projetados.
O futuro da IA: senciênica e agência
A IA Geral, por outro lado, representa o futuro da IA, possibilitando que as máquinas tenham intenção e autoconsciência. Os sistemas de IA Geral serão como os seres humanos; a saber, generalistas e capazes de aplicar as informações aprendidas a uma ampla gama de tarefas e experiências.
Com frequência, empregam-se termos filosóficos nos debates sobre IA Geral. Além da intenção e da autoconsciência, encontramos os termos como senciência (capacidade de sentir) e agência (poder individual de agir) – palavras que descrevem os sistemas classificados como IA Geral.
Em suma, a IA Geral será como o ser humano em termos de emoções e pensamento.
Embora muitos sistemas fictícios de IA Geral tenham uma forma humanoide, os sistemas de IA Estreita em desenvolvimento e os futuros sistemas de IA Geral poderão ter componentes robóticos ou projeções audiovisuais ou poderão, ainda, existir no ciberespaço, sem interfaces com aparência humana.
A confiança na IA Estreita e a confiança na IA Geral terão naturezas diferentes, com base nas definições e experiências do conceito dentro das forças de segurança.
Ensinando a Inteligência Artificial
A inteligência artificial pode parecer coisa de filme de ficção científica. Mas, em vez de robôs, o cérebro digital pode habitar uma série de tecnologias, até mesmo câmeras e celulares.
Smartphones Android e Apple já têm recursos de inteligência artificial, que auxiliam o usuário, por exemplo, na hora de capturar fotos.
Contudo, essa tendência tecnológica também está chegando à segurança pública, como parte de um software de análise de imagens de câmeras.
Os algoritmos de Inteligência Artificial podem ser programados para otimizar o tempo de resposta em situações de emergência que precisem de carros de polícia, ambulâncias ou corpo de bombeiros. A coleta e atualização de dados permitem que as agências de segurança pública aprimorem a utilização desses recursos.
Projeto de inteligência artificial na segurança públilca
Desse modo, um projeto-piloto realizado durante o carnaval identificou pessoas no bairro de Copacabana, na zona sul da cidade. O projeto-piloto teve sua infraestrutura montada pela Oi, e 28 câmeras posicionadas em pontos estratégicos.
Com isso, foram efetuadas prisões de 8 pessoas com mandados de prisão ou apreensão e foi possível recuperar três veículos roubados. Após os resultados positivos, a PM expandirá o projeto. Sistemas semelhantes também estão em funcionamento nas varias cidades do país
Assim sendo, apesar dessa rápida implementação da tecnologia de reconhecimento facial ter potencial para reforçar a segurança pública das cidades, a aplicação da tecnologia precisa ser feita com transparência e mantendo direitos individuais.
Método e Estatística
Certo que, modelos estatísticos preditivos já são usados há mais de duas décadas com uma mescla com o policiamento de pontos estratégicos.
A diferença é que agora esses métodos preditivos contam com o auxílio da aprendizagem de máquina (machine learning, no termo em inglês).
Isso permite a um algoritmo preditivo ser mais eficiente e moldar sua análise com base em um histórico de dados.