explosão que abalou Beirute

Após a explosão que abalou Beirute, apoio aos hospitais é prioridade da ONU

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Explosão que abalou Beirute: apoio aos hospitais

Antes de mais nada, a Organização das Nações Unidas (ONU) está trabalhando em estreita colaboração com as autoridades do Líbano para apoiar a resposta contínua após a enorme explosão que abalou Beirute na terça-feira (4), destruindo grandes áreas da capital.

 

Mais de 130 pessoas morreram na explosão que abalou Beirute, e que atingiu o porto e os arredores, causando inúmeros feridos e deixando milhares de desabrigados. Desse modo, o governo declarou estado de emergência por duas semanas.

 

Falando na quarta-feira (5), o vice-porta-voz da ONU Farhan Haq disse a jornalistas que o apoio a hospitais e à resposta a traumas é uma prioridade.

 

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) está trabalhando em estreita colaboração com o Ministério da Saúde libanês para conduzir uma avaliação das instalações hospitalares em Beirute, sua funcionalidade e necessidades de apoio adicional, particularmente em meio à pandemia de COVID-19”, disse ele.

 

“Especialistas estão sendo enviados para Beirute para ajudar na resposta de emergência, tanto das Nações Unidas quanto de vários Estados-membros. Especialistas estão a caminho para apoiar operações de busca e salvamento urbano. As equipes também estão equipadas para realizar avaliações rápidas sobre a situação no terreno e ajudar a coordenar as atividades de resposta a emergências.”

 

Porto de Beirute

 

O porto de Beirute é o principal porto do Líbano e é essencial para as atividades do país e das Nações Unidas na Síria, explicou Haq.

 

“Os danos ao porto devem exacerbar significativamente a situação econômica e de segurança alimentar no Líbano, que importa cerca de 80% a 85% de seus alimentos”, disse ele, respondendo à pergunta de um jornalista.

 

“Nossos colegas do Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) também esperam que isso afete nossa capacidade de fornecer ajuda à Síria, porque o porto de Beirute era uma das maneiras de enviar ajuda e, é claro, também usamos aeroportos, por isso precisamos encontrar planos alternativos.”

 

Avaliações sobre alimentação e abrigo

 

Enquanto isso, o Programa Mundial de Alimentos (WFP) está realizando uma avaliação das necessidades alimentares. Uma avaliação das necessidades de abrigo também está em andamento.

 

O WFP disse que a explosão e os danos ao porto piorarão “a sombria situação econômica e de segurança alimentar no Líbano”, que já estava enfrentando a pior crise econômica de todos os tempos, agravada pela pandemia de COVID-19.

 

“Uma pesquisa recente do WFP sobre o impacto da crise econômica e do surto de COVID-19 e medidas subsequentes de bloqueio nos meios de subsistência e segurança alimentar revelou que os alimentos se tornaram uma importante fonte de preocupação, com 50% dos libaneses dizendo no mês passado que se sentiam preocupados sobre a possibilidade de não ter comida suficiente”, disse a agência na quarta-feira.

 

A ONU está analisando todas as opções para encontrar maneiras de fornecer assistência financeira para os esforços de resposta em andamento.

 

A Organização está otimista com o fato de que governos de todo o mundo declararam seu apoio ao Líbano, disse Haq. E, do mesmo modo, lembrou que o país tem sido destino para pessoas que fogem da guerra e da perseguição.

 

Acolhida a refugiados

 

O Líbano, que tem uma população de cerca de 6 milhões de pessoas, recebeu quase 900 mil sírios e mais de 200 mil refugiados palestinos; além disso, mais de 18 mil outras pessoas deslocadas de países como Iraque e Sudão.

 

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) expressou solidariedade com o povo libanês após a explosão de grandes proporções.

 

O alto-comissário das Nações Unidas para os refugiados, Filippo Grandi, emitiu um comunicado manifestando “sinceras condolências às famílias que perderam seus entes queridos. Nossos pensamentos estão com aqueles que ficaram feridos.”

 

Os funcionários da ONU no Líbano e seus dependentes estão entre os afetados pela explosão, com cerca de 100 recebendo tratamento, segundo Haq. Ele também informou que dois familiares de funcionários da ONU morreram.

 

Estado de choque

 

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) revelou o impacto sobre sua equipe no Líbano.

 

De acordo comYukie Mokuo, representante do UNICEF no Líbano, em comunicado divulgado na quarta-feira:

 

“Um de nossos colegas perdeu a esposa, sete de nossa equipe ficaram levemente feridos e dezenas de casas foram danificadas”.

“A maioria de nossa equipe – assim como a maioria das pessoas no Líbano – está em estado de choque.”

 

O UNICEF está coordenando com as autoridades e parceiros libaneses a responta às necessidades.

 

A agência forneceu água potável para os funcionários do porto de Beirute enquanto ajudava as autoridades de saúde a resgatar medicamentos e vacinas que permaneciam em um depósito. Seus parceiros no terreno estão fornecendo apoio psicossocial para crianças em toda a cidade.

 

 

“A catástrofe de ontem em Beirute contribui para o que já estava sendo uma crise terrível para o povo do Líbano; agravada por um colapso econômico e um aumento nos casos de COVID-19. A pandemia já significava que os hospitais estavam sobrecarregados e os funcionários da linha de frente, exaustos”, disse Mokuo.

 

Enfim, ela acrescentou que o UNICEF intensificará os esforços para alcançar as famílias em maior situação de vulnerabilidade nos próximos dias.

 

 

Foto: UNIFIL

Fonte: ONU

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