Corte Internacional de Haia

Denúncia contra Bolsonaro em Haia: presidente brasileiro pode ser punido

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Denúncia contra Bolsonaro em Haia

Antes de mais nada, o Tribunal Penal Internacional de Haia (TPI) começa a analisar denúncias contra o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, por crimes contra a humanidade cometidos no contexto da pandemia de coronavírus.

 
 

As acusações citam falta de ações de enfrentamento ao vírus; falas controversas contra medidas de isolamento e interferências na saúde pública; a saber, recomendar cloroquina como tratamento e inviabilizar divulgação de dados relativos às mortes e casos diários da doença.

 

O Tribunal começou a analisar esta semana todas as alegações apresentadas pelo partido PDT. Criado em 1945 após o fim da Segunda Guerra Mundial, no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU), o tribunal tem a função de resolver conflitos jurídicos levados a ele por Estados e emitir pareceres sobre questões jurídicas.

 
 
Acacio Miranda da Silva Filho, doutorando em Direito Constitucional e Mestre em Direito Penal Internacional, explica que o Brasil, por força constitucional, aderiu à jurisdição do Tribunal Penal Internacional; e, por isso, neste caso, há sobreposição do julgamento pela Corte Internacional:
 
 

“O Estatuto de Roma prevê algumas modalidades de punição a serem aplicadas pelo TPI, entre elas a imposição de pena de prisão perpétua. Mas, obviamente, a pena e sua dosimetria parta da análise da gravidade da conduta”, explica.

 
 

Em tese, caso o TPI decida por uma pena contra o presidente brasileiro, o Brasil teria que acatar; do mesmo modo, como já aconteceu em países africanos e do Leste Europeu.

 

“A Constituição veda a extradição de brasileiros natos, porém o TPI usa o instituto da entrega. Explicando: a extradição acontece entre países e a entrega ocorre de um país para um tribunal”, enfim, Acacio esclarece.

 

Bolsonaro foi alertado do risco

 
Enfim, durante conversa telefônica na segunda-feira (13), o presidente Jair Bolsonaro foi alertado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. A saber, o ministro avisou sobre o risco de a gestão da pandemia pelo governo brasileiro ser levado ao Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda.
 
Foto: Palácio da Paz, em Haia, sede da Corte Internacional de Justiça
 
Fonte: M2 Comunicação

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