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Baixos índices de confiança na economia indicam incertezas para o pós-pandemia

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Índices de confiança na economia brasileira estão nos mais baixos das séries históricas

Os principais indicadores de confiança no desempenho da economia estão nos pontos mais baixos das suas séries históricas. Assim foi o destacado na segunda-feira (18/05) pela Instituição Fiscal Independente do Senado (IFI). Os índices de confiança, sinais somados aos primeiros números consolidados sobre os efeitos da pandemia de covid-19, jogam incerteza sobre o estado da produtividade e das contas públicas nacionais após o pico da crise, bem como sobre a capacidade de recuperação do país.

 

Com efeito, essas conclusões estão publicadas no Relatório de Acompanhamento Fiscal da IFI para o mês de maio. A instituição revisou para piores as suas estimativas para a recessão ao final de 2020; não apenas para o deficit primário do governo centra, como também para a evolução da dívida bruta em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). 

 

 

 

O relatório também destaca o risco fiscal de políticas econômicas que criem gastos obrigatórios para além do horizonte de combate à pandemia. Segundo a IFI, o financiamento do Tesouro será mais difícil no contexto do futuro, o que recomenda que o país não carregue acúmulo de despesas com impacto fiscal permanente.

 

Indíces de Confiança

 

Os índices de Confiança da Indústria de Transformação (ICI), de Confiança de Serviços (ICS) e de Confiança do Consumidor (ICC), todos divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), atingiram em abril os seus menores níveis desde o início da série histórica de cada um. A ociosidade da indústria, também medida pela FGV, foi outro indicador que recuou até o seu ponto mais baixo já mensurado. Os índices de confiança acompanham uma forte guinada negativa na produção industrial e no faturamento do varejo no mês de abril.

 

A expectativa para o desempenho do PIB é de uma contração expressiva no segundo trimestre de 2020, que pode atingir a marca de -10%. Com a retração dos indicadores de confiança e de capacidade produtiva, a trajetória do PIB até o fim do ano ainda é alvo de muita incerteza.

 

“A capacidade de recuperação depende da efetividade das ações de política econômica anunciadas para mitigar o risco de desestruturação da cadeia produtiva e de perda de renda e de capacidade de consumo da parcela vulnerável da população”, afirma a IFI.

 

Em menos de dois meses, entre o fim de março e o último dia 15, as expectativas do mercado para o PIB, compiladas pelo Banco Central, passaram de -0,5% para -5,1%. O número mais recente se aproxima do cenário pessimista delineado pela IFI no seu Relatório de Acompanhamento Fiscal de abril, a partir de uma metodologia que estabelece correlação entre a duração de medidas de isolamento social e a diminuição da atividade econômica no período.

 

A IFI deverá rever os cenários para o PIB no próximo relatório; entretanto, já antecipa que os resultados intensamente negativos do mês de abril para todas as áreas da economia apontam para um viés de baixa maior do que o projetado até agora.

 

Déficit e dívida

 

A situação das contas públicas também vive incerteza; posto que o prolongamento da calamidade e as contingências do combate aos efeitos da pandemia significam queda de arrecadação e aumento de despesas. Por enquanto, a IFI afirma esperar um déficit primário de R$ 672 bilhões; com efeito, marca que superaria com folga todos os resultados fiscais negativos que o país acumula há sete anos. Cerca de R$ 440 bilhões desse total se deverão às medidas contabilizadas até o momento contra a pandemia.

 

O crescimento do deficit teria um impacto imediato na dívida bruta do país; a saber, chegaria a pouco menos de 87% do PIB no final do ano — ao fim de 2019, essa relação era de 75%. Por certo, o aumento do deficit, a recessão econômica e alguns efeitos de longo prazo do combate à pandemia sobre as receitas deverão contribuir para afetar negativamente a trajetória da dívida bruta. E, assim, esta poderá superar 100% do PIB em 2026 — quatro anos antes da estimativa anterior.

 

“Esses resultados representam um alerta em relação à necessidade de se tomar medidas de ajuste fiscal, no após crise; e do mesmo modo, de se evitar que ações e compromissos assumidos hoje contratem despesas futuras”, observa a IFI.

 

Fonte: Agência Senado

Foto Destaque: Além dos indicadores de confiança, ociosidade da indústria também recuou até o seu ponto mais baixo já mensurado. Recuo nos índices sinalizam incerteza sobre a capacidade de recuperação do país. (Agência Senado/Artstudio_pro/Depositphotos)

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