Surto de sarampo volta a ameaçar o Brasil

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Surto de sarampo volta a ameaçar o Brasil

O surto de sarampo voltou a ser uma preocupação no Brasil. Primordialmente,  foi considerado como uma doença erradicada desde 2016 quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou que o país estava havia um ano sem registro de casos do vírus.  Agora, em decorrência de alguns casos neste ano, boletins recentes da OMS advertem que está em curso um surto da doença e isso torna-se uma preocupação entre autoridades sanitárias e profissionais de saúde.

Célula gigante sincicial resultante da fusão de células infectadas pelo vírus do Sarampo.

Dados  da OMS dão conta que entre 1º de janeiro à 23 de maio de 2018 foram registrados 995 casos de sarampo no país (sendo 611 no Amazonas e 384 em Roraima).  No Rio Grande do Sul confirmaram recentemente o sétimo caso da doença. E, no Rio de janeiro, que não existia caso de sarampo desde o ano 2000, também já temos alguns casos confirmados e alguns em fase de análise. Em Rondônia confirmaram o primeiro caso desde 1999. Já em São Paulo alguns suspeitas também estão sendo investigadas. 

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível e extremamente contagiosa. Também é considerado uma doença altamente contagiosa e que pode levar à morte de crianças pequenas ou causar sequelas neurológicas graves. Assim sendo, já foi uma das principais causas de mortalidade infantil no País. 

Então, conheça um pouco mais sobre o sarampo.

Sintomas do sarampo:

  • Manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo;
  • Febre alta, acima de 38,5º C;
  • Tosse;
  • Coriza;
  • Conjuntivite;
  • Pontos brancos na mucosa bucal – aparecem um a dois dias antes do aparecimento da erupção cutânea.

Diagnóstico

É realizado basicamente através de achados clínicos podendo ser confirmado através da dosagem de IgM que surge 1-2 dias após o início da erupção e continua detectável por cerca de 1 mês.

A principal forma de contágio é através da saliva ou outra secreção contaminada Foto: James Gathany

Transmissão

Forma direta -> De pessoa para pessoa. Através de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Deve se tomar cuidado, principalmente, em ambientes fechados. Por exemplo: uma clínica ou escola é bem propício para contaminação. Uma vez que, gotículas com partículas virais no ar podem ficar por um tempo longo neste ambiente. 

A doença é transmitida na fase em que a pessoa apresenta febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite e dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.

 

 

Prevenção

Surtos de sarampo
Foto: Arquivo / Agência Brasil.

A prevenção desta doença é feita através de vacinação. Dessa maneira, através da vacina tríplice viral você estará se protegendo não somente contra o sarampo, como também contra a rubéola e a caxumba. Portanto, em qualquer época do ano você pode se vacinar com ela indo aos postos públicos de saúde dos municípios.

Crianças com um ano devem se vacinar em duas doses, ou seja, uma tomada três meses depois da outra. Já os adultos de até 49 anos que não tenham sido imunizados também devem procurar os postos de saúde. Mas os que já tomaram as duas doses, não precisam de uma nova dose.

Assim sendo, quem ainda não foi vacinado deve procurar um posto de vacinação para avaliar a necessidade de se vacinar. Ressaltando que isso é válido, desde que, você não esteja grávida, não esteja com suspeita de sarampo, não possua alergia grave comprovada aos componentes da vacina e não tenha nenhuma depressão importante do sistema imunológico.

É bom saber, principalmente, caso planeje engravidar que existe um exame para detectar se você já está imune a doença. E, caso não esteja, se vacine antes da gravidez e espere pelo menos 4 semanas para engravidar. 

Tratamento

Surtos de sarampoÉ contraindicado realizar o tratamento através de antibióticos.

Visto que não existe um tratamento específico para a doença, recomenda-se a administração de vitamina A em crianças doentes visando diminuir a ocorrência de casos graves e fatais.

Também é recomendado manter a hidratação, o suporte nutricional e diminuir a hipertermia em casos menos complicados. Qualquer outro tipo de complicação é recomendado se tratar seguindo as normas do Ministério da Saúde.

Outras doenças erradicadas também são preocupação

No mês passado a OMS também informou haver alto risco de retorno da Poliomielite em pelo menos 312 cidades brasileiras. A doença era considerada erradicada no continente desde 1994, após décadas provocando milhares de casos de paralisia infantil.

Apesar de ainda não ter havido nenhum caso recente no Brasil, a doença foi registrada na Venezuela e circulou em 23 países nos últimos três anos. 

Estes alertas colocam em evidência doenças que estavam controladas graças à vacinação em massa, mais que ameaçam provocar estragos na saúde pública brasileira caso a imunização sofra baixas. 

Portanto, vamos vacinar! É a única forma de prevenção da doença. Procure o posto de saúde mais próximo de sua casa e se informe.

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